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28/08/2000 - 20h45

Manifestação de moradores de favelas no Rio ganha apoio de sindicalistas, sem-teto e sem-terra

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FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Folha de S.Paulo, no Rio

A manifestação de moradores de favelas marcada para amanhã à tarde no Rio ganhou hoje apoio de entidades estudantis e de funkeiros. Sindicalistas, sem-teto e sem-terra já aderiram ao ato.

Convocado como um Dia de Luta do Povo contra a Violência, o ato vai lembrar os sete anos da chacina de Vigário Geral e criticar a violência policial. É organizado pela Frente de Luta Popular, um aglomerado de movimentos populares com atuação no Rio.

Está prevista uma passeata da Candelária para um destino a ser definido, como a Secretaria de Segurança ou o Palácio Guanabara, sede do governo. Organizadores e a Polícia Militar anunciaram que irão filmar todo o ato para flagrar "provocadores infiltrados".

"Alguém pode provocar uma confusão e jogar a culpa na gente, então vamos filmar para saber", disse André Fernandes, principal organizador do evento.

Desde a semana passada, o governo do Rio vem ameaçando reprimir a mobilização, por suspeitar que a manifestação é incitada pelo tráfico de drogas. Os organizadores negam e prometem uma manifestação pacífica.

Caso o ato não seja cancelado, a principal concentração está prevista para as 14h na Candelária, no centro. De manhã, a idéia era fazer atos em algumas favelas.

Anunciaram adesão ao evento o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a CUT-Rio (Central Única dos Trabalhadores), o Movimento Funk Consciente, a FAM-Rio (Federação das Associações de Moradores do município), o diretório estudantil da PUC (Pontifícia Universidade Católica) e integrantes do movimento hip hop, entre outros.

Também participarão do ato, já como integrantes da Frente de Luta Popular, o MTST (Movimento dos Sem Teto), o Centro de Cultura Proletária e o Movimento Anarco-Punk, além de integrantes do MUP (Movimento Universidade Popular).

Hoje, ainda havia problemas de organização, como os locais dos atos nas favelas e a garantia do transporte até o centro.

Alguns moradores planejavam ir de ônibus de linha, para evitar que os veículos fretados fossem retidos pela polícia.

Fernandes também está convocando os manifestantes a irem de preto _e não de branco, cor tradicionalmente presente nas manifestações pela paz. "Vamos de preto, cor de luto e de luta. Essa paz vestida de branco é uma paz que não existe, é a paz do Viva Rico", afirmou Fernandes, em mais uma crítica ao movimento Viva Rio, que organizou o evento "Basta! Eu Quero Paz".

O Viva Rio, que não foi convidado para o ato, não comparecerá. Seu coordenador, o antropólogo Rubem César Fernandes, disse que as favelas têm direito de se organizar, mas que se preocupa com a incitação à violência.

Na noite de hoje, o secretário de Segurança Pública, Josias Quintal, receberia o presidente da Associação de Moradores do Jacarezinho, Rumba Gabriel, que chegou a aparecer como um dos organizadores do ato. Havia dúvidas se ele participaria do evento.

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