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14/01/2004
-
02h41
AMARÍLIS LAGE
da Folha de S.Paulo
A corrupção foi a principal causa de expulsão de policiais civis no Estado de São Paulo em 2003 --ao menos 80 homens saíram da corporação devido a irregularidades nesse sentido. Entre os policiais militares, a maior parte das expulsões foi relacionada a questões disciplinares (149 PMs), seguida pelos casos de violência (125 PMs).
Os dados são de um levantamento inédito da Ouvidoria das Polícias de São Paulo e se referem ao período entre 1º de janeiro e 4 de dezembro do ano passado, no qual 829 policiais foram exonerados. Considerando o ano inteiro, foram 910 expulsões --um recorde. Em 2002, esse número foi bem menor: 551. O número de denúncias contra policiais passou de 2.707 para 2.723, conforme o relatório da Ouvidoria. As acusações de homicídio continuam a liderar o ranking: em 2002, foram 576. No ano passado, 624.
De acordo com o ouvidor Itajiba Farias Ferreira Cravo, o aumento das acusações de homicídio está relacionado a uma situação "anormal" no primeiro semestre de 2003. De janeiro a maio do ano passado, foram 435 mortes causadas por policiais militares --51% a mais que o registrado no mesmo período de 2002.
Para Cravo, a pressão da população fez com que esse índice caísse ao longo do segundo semestre. "Por isso eu não autorizava esse raciocínio prospectivo [de que o número total de mortes seria muito maior que em 2002]. Esse pensamento já autorizava esse crescimento, que não foi tão grande quanto se imaginava", afirma Itajiba, que analisa o último semestre como um refluxo de homicídios causados por PMs.
Outras denúncias, porém, também aumentaram. As acusações de agressão passaram de 91 para 124 e as de ameaça, de 79 para 95.
Para o ouvidor, o aumento das denúncias e das expulsões não significam que a polícia esteja cometendo mais ações irregulares. "Denúncia não significa prática de irregularidades. A procura da população indica confiança no serviço da ouvidoria."
O aumento das expulsões, segundo Cravo, está associado a uma maior severidade dentro das corporações policiais.
Embora afirme que uma grande parte das expulsões entre policiais militares ainda seja associada a questões menos graves, como indisciplina, Cravo defende que, de modo geral, o levantamento da ouvidoria mostra que crimes como sequestros, furtos e violência estão sendo punidos.
Ainda assim, o ouvidor pretende incluir no relatório do próximo ano, na categoria de denúncias não apuradas ou improcedentes, o item "investigação mal feita". "Todas as investigações ainda deixam muito a desejar", afirma.
Mais informações no site www.ouvidoria-policia.sp.gov.br.
Corrupção é maior causa de expulsão de policiais civis em SP
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da Folha de S.Paulo
A corrupção foi a principal causa de expulsão de policiais civis no Estado de São Paulo em 2003 --ao menos 80 homens saíram da corporação devido a irregularidades nesse sentido. Entre os policiais militares, a maior parte das expulsões foi relacionada a questões disciplinares (149 PMs), seguida pelos casos de violência (125 PMs).
Os dados são de um levantamento inédito da Ouvidoria das Polícias de São Paulo e se referem ao período entre 1º de janeiro e 4 de dezembro do ano passado, no qual 829 policiais foram exonerados. Considerando o ano inteiro, foram 910 expulsões --um recorde. Em 2002, esse número foi bem menor: 551. O número de denúncias contra policiais passou de 2.707 para 2.723, conforme o relatório da Ouvidoria. As acusações de homicídio continuam a liderar o ranking: em 2002, foram 576. No ano passado, 624.
De acordo com o ouvidor Itajiba Farias Ferreira Cravo, o aumento das acusações de homicídio está relacionado a uma situação "anormal" no primeiro semestre de 2003. De janeiro a maio do ano passado, foram 435 mortes causadas por policiais militares --51% a mais que o registrado no mesmo período de 2002.
Para Cravo, a pressão da população fez com que esse índice caísse ao longo do segundo semestre. "Por isso eu não autorizava esse raciocínio prospectivo [de que o número total de mortes seria muito maior que em 2002]. Esse pensamento já autorizava esse crescimento, que não foi tão grande quanto se imaginava", afirma Itajiba, que analisa o último semestre como um refluxo de homicídios causados por PMs.
Outras denúncias, porém, também aumentaram. As acusações de agressão passaram de 91 para 124 e as de ameaça, de 79 para 95.
Para o ouvidor, o aumento das denúncias e das expulsões não significam que a polícia esteja cometendo mais ações irregulares. "Denúncia não significa prática de irregularidades. A procura da população indica confiança no serviço da ouvidoria."
O aumento das expulsões, segundo Cravo, está associado a uma maior severidade dentro das corporações policiais.
Embora afirme que uma grande parte das expulsões entre policiais militares ainda seja associada a questões menos graves, como indisciplina, Cravo defende que, de modo geral, o levantamento da ouvidoria mostra que crimes como sequestros, furtos e violência estão sendo punidos.
Ainda assim, o ouvidor pretende incluir no relatório do próximo ano, na categoria de denúncias não apuradas ou improcedentes, o item "investigação mal feita". "Todas as investigações ainda deixam muito a desejar", afirma.
Mais informações no site www.ouvidoria-policia.sp.gov.br.
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