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25/01/2004
-
03h40
da Folha de S.Paulo
Eles recorrem ao shopping quando querem se divertir. E deixam de lado o parque que consideram um orgulho para a cidade: o Horto Florestal, repleto de pinheiros e limpo, cheio de bicas de água --e não muito longe dali.
Entre os moradores de Santana, Casa Verde e Limão, 68% procuram os shopping centers nas horas de lazer --na região fica um dos maiores centros de compra da América Latina, o Center Norte. E 57% buscam os parques.
Há poucas áreas verdes nos três distritos. Um dos principais locais públicos da região é o Campo de Marte, que fica fechado e só é usado para alguns eventos.
Talvez por isso os habitantes tenham eleito o Horto, um dos parques mais próximos de suas casas, um dos lugares mais bonitos da cidade --só perde para o parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo--, segundo o levantamento do Datafolha.
O parque tão elogiado, no entanto, não é muito procurado. Seus 174 hectares recebem 60 mil usuários por mês, quando poderiam ser 80 mil, segundo a direção da unidade. "O problema é a rotina, o sedentarismo do paulistano. Ele não reserva tempo para cuidar do seu próprio bem-estar", afirma Ana Lúcia Arromba, diretora do Horto, sobre o baixo número de visitantes.
Pode ser verdade. Em São Paulo, 56% das pessoas dizem não praticar atividade física --o sedentarismo é um pouco menor em Santana, Casa Verde e Limão, de 51%.
Abandono e recuperação
Freqüentadores dizem que há alguns anos o abandono do Horto poderia justificar o baixo número de visitantes. Os lagos estavam imundos, os peixes tinham morrido. Havia esgoto a céu aberto e até boatos de desaparecimentos de pessoas no local.
Hoje há seguranças circulando pelo parque, lagos límpidos, com pedalinhos novos, passeios livres até de folhas. Até o governador Geraldo Alckmin (PSDB) aparece com freqüência para caminhadas --fica na área do Horto Florestal, de administração estadual, a sua "residência de verão".
Para a professora Maria Rosa Dutra, 54, que costuma caminhar no local com a filha todos os dias, a pressão da sociedade de amigos do parque foi o que fez diferença. "Houve contenção de verbas, e eles se organizaram."
Arromba diz que espera que, com a instalação de novos equipamentos --está prevista a instalação de mais banheiros e quadras--, haja um incremento no número de visitantes.
O local faz 108 anos no próximo mês. Albert Löefgren, naturalista sueco que dá o "nome oficial" do parque, foi o seu primeiro diretor. O Horto nasceu como lugar para experimentos para a produção de espécies e gêneros de plantas, para reposição. E tenta manter essa vocação até hoje, fornecendo mudas para todo o Estado.
Orgulho
Os habitantes da região de Santana, Limão e Casa Verde são alguns dos que se sentem mais "orgulhosos" de viver em São Paulo: 88% dizem ter mais orgulho que vergonha da capital paulista, acima da média do município, de 83%, apontou a pesquisa.
Além de terem elogiado as áreas verdes, elencam entre as vantagens de se viver em São Paulo o fato de encontrarem na capital tudo de que precisam (23%, contra 16% da média do município).
A principal vantagem, dizem os moradores, é maior oportunidade de trabalho e emprego.
Para eles, a principal desvantagem de morar na cidade é a insegurança.
A maioria disse estar "um pouco satisfeito" em morar em São Paulo (51%). A média do município foi de 46%.
O fato de os moradores viverem bem --a nota média para a casa onde moram foi 8, também acima da média da cidade-- talvez também explique o grau de contentamento com São Paulo.
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Santana/ Limão: Preferido, Horto não é freqüentado
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Eles recorrem ao shopping quando querem se divertir. E deixam de lado o parque que consideram um orgulho para a cidade: o Horto Florestal, repleto de pinheiros e limpo, cheio de bicas de água --e não muito longe dali.
Entre os moradores de Santana, Casa Verde e Limão, 68% procuram os shopping centers nas horas de lazer --na região fica um dos maiores centros de compra da América Latina, o Center Norte. E 57% buscam os parques.
Há poucas áreas verdes nos três distritos. Um dos principais locais públicos da região é o Campo de Marte, que fica fechado e só é usado para alguns eventos.
Talvez por isso os habitantes tenham eleito o Horto, um dos parques mais próximos de suas casas, um dos lugares mais bonitos da cidade --só perde para o parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo--, segundo o levantamento do Datafolha.
O parque tão elogiado, no entanto, não é muito procurado. Seus 174 hectares recebem 60 mil usuários por mês, quando poderiam ser 80 mil, segundo a direção da unidade. "O problema é a rotina, o sedentarismo do paulistano. Ele não reserva tempo para cuidar do seu próprio bem-estar", afirma Ana Lúcia Arromba, diretora do Horto, sobre o baixo número de visitantes.
Pode ser verdade. Em São Paulo, 56% das pessoas dizem não praticar atividade física --o sedentarismo é um pouco menor em Santana, Casa Verde e Limão, de 51%.
Abandono e recuperação
Freqüentadores dizem que há alguns anos o abandono do Horto poderia justificar o baixo número de visitantes. Os lagos estavam imundos, os peixes tinham morrido. Havia esgoto a céu aberto e até boatos de desaparecimentos de pessoas no local.
Hoje há seguranças circulando pelo parque, lagos límpidos, com pedalinhos novos, passeios livres até de folhas. Até o governador Geraldo Alckmin (PSDB) aparece com freqüência para caminhadas --fica na área do Horto Florestal, de administração estadual, a sua "residência de verão".
Para a professora Maria Rosa Dutra, 54, que costuma caminhar no local com a filha todos os dias, a pressão da sociedade de amigos do parque foi o que fez diferença. "Houve contenção de verbas, e eles se organizaram."
Arromba diz que espera que, com a instalação de novos equipamentos --está prevista a instalação de mais banheiros e quadras--, haja um incremento no número de visitantes.
O local faz 108 anos no próximo mês. Albert Löefgren, naturalista sueco que dá o "nome oficial" do parque, foi o seu primeiro diretor. O Horto nasceu como lugar para experimentos para a produção de espécies e gêneros de plantas, para reposição. E tenta manter essa vocação até hoje, fornecendo mudas para todo o Estado.
Orgulho
Os habitantes da região de Santana, Limão e Casa Verde são alguns dos que se sentem mais "orgulhosos" de viver em São Paulo: 88% dizem ter mais orgulho que vergonha da capital paulista, acima da média do município, de 83%, apontou a pesquisa.
Além de terem elogiado as áreas verdes, elencam entre as vantagens de se viver em São Paulo o fato de encontrarem na capital tudo de que precisam (23%, contra 16% da média do município).
A principal vantagem, dizem os moradores, é maior oportunidade de trabalho e emprego.
Para eles, a principal desvantagem de morar na cidade é a insegurança.
A maioria disse estar "um pouco satisfeito" em morar em São Paulo (51%). A média do município foi de 46%.
O fato de os moradores viverem bem --a nota média para a casa onde moram foi 8, também acima da média da cidade-- talvez também explique o grau de contentamento com São Paulo.
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