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06/02/2004
-
03h25
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
CAROL FREDERICO
dos cadernos regionais da Folha de S.Paulo
A qualidade da água nas praias do litoral norte paulista voltou a cair em 2003, após dois anos de evolução positiva das condições de balneabilidade, segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Das 184 praias dos quatro municípios do litoral norte, a Cetesb avalia 80 pontos --em 36 deles, o nível de poluição, que indica a presença de agentes causadores de doenças, aumentou no ano passado em relação a 2002.
Em 2003, foram 17 praias com classificação ótima --contra 35 no ano anterior--, 23 boas --eram 25-- e 32 regulares --20 a mais do que em 2002.
O número de praias com qualidade má (cinco) e sistematicamente boa (três) se manteve no período comparado.
A relativa melhora desde 2001 poderia estar sendo causada pelos baixos índices de chuva, o que não ocorreu em 2003, segundo Eduardo Mazzolenis de Oliveira, gerente do departamento de tecnologia de águas superficiais.
O motivo é que a chuva faz a lavagem da terra e carrega poluentes para o mar. "Uma chuva forte, concentrada, polui a água, como ocorreu em Maresias e Toque-Toque Pequeno [São Sebastião] no ano passado", diz Oliveira.
Portanto, a principal causa da queda na qualidade das praias está relacionada ao tratamento do esgoto --ou à falta de uma rede.
Isso porque, nas quatro cidades do litoral norte, apenas 34% dos imóveis estão ligados à rede da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Em 1994, apenas 8% eram atendidos. Segundo a empresa, um investimento de R$ 300 milhões foi feito nos últimos oito anos.
A luta pela implantação das redes de esgoto não é recente. Em Ilhabela, cuja Câmara divulgou ontem uma moção de repúdio à Sabesp reclamando mais investimentos e agilidade nas obras da rede de esgoto, apenas 5% dos imóveis estão ligados à rede.
"Desde 1972, há um contrato assinado que responsabiliza a Sabesp pelo serviço de abastecimento de água e de tratamento de esgoto. Quanto ao abastecimento, temos mais de 90% de atendimento, mas queremos mais investimentos na rede de esgoto", diz o prefeito da cidade, Manoel Marcos de Jesus Ferreira (PTB), 42. As obras da Sabesp em Ilhabela estão paralisadas.
Caraguatatuba é, entre as quatro cidades, a que tem mais adiantada a implantação de seu sistema de saneamento. São duas estações de tratamento já em funcionamento, além de uma em fase de pré-operação e outra, em Porto Novo, ainda em construção.
Na cidade, apenas cerca de 35% dos imóveis estão conectados à rede de esgoto. "Até 1997, não tínhamos nem 10% dos imóveis atendidos por rede de esgoto", afirma Auracy Mansano, 38, secretário de Meio Ambiente de Caraguatatuba.
Sabesp
A Sabesp informou que, graças aos investimentos feitos nos últimos anos, o número de imóveis atendidos por redes de esgoto no litoral norte subiu de 6%, em 94, para os 34% atuais.
A empresa informou que questões administrativas, como a liberação de áreas para a construção de estações e a adequação às novas normas ambientais, têm atrapalhado as obras.
Um outro fator que contribui para a piora da qualidade das praias, segundo a empresa, é que há locais com rede implantada que não usam toda a capacidade, pois falta a adesão da população.
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Água piora no litoral norte de SP durante 2003
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CAROL FREDERICO
dos cadernos regionais da Folha de S.Paulo
A qualidade da água nas praias do litoral norte paulista voltou a cair em 2003, após dois anos de evolução positiva das condições de balneabilidade, segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Das 184 praias dos quatro municípios do litoral norte, a Cetesb avalia 80 pontos --em 36 deles, o nível de poluição, que indica a presença de agentes causadores de doenças, aumentou no ano passado em relação a 2002.
Em 2003, foram 17 praias com classificação ótima --contra 35 no ano anterior--, 23 boas --eram 25-- e 32 regulares --20 a mais do que em 2002.
O número de praias com qualidade má (cinco) e sistematicamente boa (três) se manteve no período comparado.
A relativa melhora desde 2001 poderia estar sendo causada pelos baixos índices de chuva, o que não ocorreu em 2003, segundo Eduardo Mazzolenis de Oliveira, gerente do departamento de tecnologia de águas superficiais.
O motivo é que a chuva faz a lavagem da terra e carrega poluentes para o mar. "Uma chuva forte, concentrada, polui a água, como ocorreu em Maresias e Toque-Toque Pequeno [São Sebastião] no ano passado", diz Oliveira.
Portanto, a principal causa da queda na qualidade das praias está relacionada ao tratamento do esgoto --ou à falta de uma rede.
Isso porque, nas quatro cidades do litoral norte, apenas 34% dos imóveis estão ligados à rede da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Em 1994, apenas 8% eram atendidos. Segundo a empresa, um investimento de R$ 300 milhões foi feito nos últimos oito anos.
A luta pela implantação das redes de esgoto não é recente. Em Ilhabela, cuja Câmara divulgou ontem uma moção de repúdio à Sabesp reclamando mais investimentos e agilidade nas obras da rede de esgoto, apenas 5% dos imóveis estão ligados à rede.
"Desde 1972, há um contrato assinado que responsabiliza a Sabesp pelo serviço de abastecimento de água e de tratamento de esgoto. Quanto ao abastecimento, temos mais de 90% de atendimento, mas queremos mais investimentos na rede de esgoto", diz o prefeito da cidade, Manoel Marcos de Jesus Ferreira (PTB), 42. As obras da Sabesp em Ilhabela estão paralisadas.
Caraguatatuba é, entre as quatro cidades, a que tem mais adiantada a implantação de seu sistema de saneamento. São duas estações de tratamento já em funcionamento, além de uma em fase de pré-operação e outra, em Porto Novo, ainda em construção.
Na cidade, apenas cerca de 35% dos imóveis estão conectados à rede de esgoto. "Até 1997, não tínhamos nem 10% dos imóveis atendidos por rede de esgoto", afirma Auracy Mansano, 38, secretário de Meio Ambiente de Caraguatatuba.
Sabesp
A Sabesp informou que, graças aos investimentos feitos nos últimos anos, o número de imóveis atendidos por redes de esgoto no litoral norte subiu de 6%, em 94, para os 34% atuais.
A empresa informou que questões administrativas, como a liberação de áreas para a construção de estações e a adequação às novas normas ambientais, têm atrapalhado as obras.
Um outro fator que contribui para a piora da qualidade das praias, segundo a empresa, é que há locais com rede implantada que não usam toda a capacidade, pois falta a adesão da população.
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