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13/02/2004
-
03h50
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
Cinco policiais civis da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) de Santos, no litoral paulista, são investigados por suspeita de concussão (extorsão praticada por funcionário público) contra mãe e filho e por supostamente ameaçarem testemunhas. Entre as pessoas ameaçadas estariam funcionários de um escritório de advocacia que defende a mulher que denunciou o caso.
Segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública, os policiais civis envolvidos teriam sido remanejados para a delegacia seccional e estariam fora das ruas, em funções administrativas. A Corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito para apurar a denúncia. Um ex-policial militar também estaria envolvido.
Os crimes teriam ocorrido a partir das 21h do dia 20 de janeiro deste ano, quando a casa da promotora de eventos Rosane Mesquita Prado, 45, que trabalha na Secretaria Municipal de Cultura, foi invadida.
Sem mandado judicial, os policiais teriam dito que receberam uma denúncia anônima sobre tráfico e suposta atividade da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Um deles mostrou distintivo da Dise.
Os policiais teriam perguntado pelo filho de Prado, que já cumpriu pena por tráfico. Na casa, foram encontrados dois cigarros de maconha, momento em que os policiais passaram a fazer a negociação, segundo Prado. Ela diz que eles pediram inicialmente R$ 20 mil, mas aceitaram R$ 5.000.
"Na saída, eles ainda disseram: "Vocês vão começar a pagar um dízimo para que tudo fique em paz"", afirma Prado.
Ela diz que fez um empréstimo no banco e pagou a quantia no dia seguinte. Em uma estratégia que teria sido montada pelos policiais para despistar possíveis flagrantes, ela teve de entrar em um carro com película escura. Um outro homem, que estava de moto, pegou o pacote com o dinheiro.
Prado ainda ficou uma hora sob o controle de um dos homens até chegar a informação que o valor entregue estava correto.
À noite, porém, orientada por uma amiga, ela procurou a Corregedoria da Polícia Civil, em Santos. Ela conversou informalmente com os policiais do órgão na casa da amiga por temer represálias --a Dise e a Corregedoria ficam no mesmo prédio. Horas depois, um ex-PM, amigo dos policiais da Dise, foi até a sua casa e a avisou para esquecer o caso.
Assustada com o que poderia ocorrer com seu filho, ela procurou a Corregedoria novamente e prestou depoimento no escritório de seu advogado, Alex Sandro Ochsendorf, 33, no último dia 4. Ali, ela fez o reconhecimento, por foto, dos cinco policiais da Dise --três homens e duas mulheres-- e identificou o ex-PM.
O depoimento não teria intimidado os policiais. O advogado de Prado disse que ele e sua secretária também foram ameaçados nesse mesmo dia. A secretária foi abordada quando ia para casa.
Ochsendorf diz que recebeu a ameaça por telefone. "O delegado da Corregedoria estava no meu escritório e ouviu a ameaça."
O advogado afirma não entender por que a polícia não pediu a prisão dos envolvidos. "Existem todos os elementos para isso", diz. Ele também afirma temer pela segurança de sua cliente.
A secretaria não comentou a crítica do advogado.
Policiais são acusados de extorsão em Santos (SP)
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da Folha de S.Paulo
Cinco policiais civis da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) de Santos, no litoral paulista, são investigados por suspeita de concussão (extorsão praticada por funcionário público) contra mãe e filho e por supostamente ameaçarem testemunhas. Entre as pessoas ameaçadas estariam funcionários de um escritório de advocacia que defende a mulher que denunciou o caso.
Segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública, os policiais civis envolvidos teriam sido remanejados para a delegacia seccional e estariam fora das ruas, em funções administrativas. A Corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito para apurar a denúncia. Um ex-policial militar também estaria envolvido.
Os crimes teriam ocorrido a partir das 21h do dia 20 de janeiro deste ano, quando a casa da promotora de eventos Rosane Mesquita Prado, 45, que trabalha na Secretaria Municipal de Cultura, foi invadida.
Sem mandado judicial, os policiais teriam dito que receberam uma denúncia anônima sobre tráfico e suposta atividade da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Um deles mostrou distintivo da Dise.
Os policiais teriam perguntado pelo filho de Prado, que já cumpriu pena por tráfico. Na casa, foram encontrados dois cigarros de maconha, momento em que os policiais passaram a fazer a negociação, segundo Prado. Ela diz que eles pediram inicialmente R$ 20 mil, mas aceitaram R$ 5.000.
"Na saída, eles ainda disseram: "Vocês vão começar a pagar um dízimo para que tudo fique em paz"", afirma Prado.
Ela diz que fez um empréstimo no banco e pagou a quantia no dia seguinte. Em uma estratégia que teria sido montada pelos policiais para despistar possíveis flagrantes, ela teve de entrar em um carro com película escura. Um outro homem, que estava de moto, pegou o pacote com o dinheiro.
Prado ainda ficou uma hora sob o controle de um dos homens até chegar a informação que o valor entregue estava correto.
À noite, porém, orientada por uma amiga, ela procurou a Corregedoria da Polícia Civil, em Santos. Ela conversou informalmente com os policiais do órgão na casa da amiga por temer represálias --a Dise e a Corregedoria ficam no mesmo prédio. Horas depois, um ex-PM, amigo dos policiais da Dise, foi até a sua casa e a avisou para esquecer o caso.
Assustada com o que poderia ocorrer com seu filho, ela procurou a Corregedoria novamente e prestou depoimento no escritório de seu advogado, Alex Sandro Ochsendorf, 33, no último dia 4. Ali, ela fez o reconhecimento, por foto, dos cinco policiais da Dise --três homens e duas mulheres-- e identificou o ex-PM.
O depoimento não teria intimidado os policiais. O advogado de Prado disse que ele e sua secretária também foram ameaçados nesse mesmo dia. A secretária foi abordada quando ia para casa.
Ochsendorf diz que recebeu a ameaça por telefone. "O delegado da Corregedoria estava no meu escritório e ouviu a ameaça."
O advogado afirma não entender por que a polícia não pediu a prisão dos envolvidos. "Existem todos os elementos para isso", diz. Ele também afirma temer pela segurança de sua cliente.
A secretaria não comentou a crítica do advogado.
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