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19/02/2004 - 20h40

PM afasta policiais acusados de torturar morador de morro do Rio

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

A PM (Polícia Militar) do Rio informou nesta quinta-feira ter afastado 11 policiais --dois oficiais e nove praças-- do 1º Batalhão (Catumbi, centro) que estão sendo acusados de torturar Nelis Nelson Souza dos Santos, 31, morador do morro da Coroa, no centro. A suposta agressão ocorreu na última segunda-feira durante uma incursão policial na favela.

A vítima está internada no hospital Souza Aguiar. Segundo matéria divulgada nesta quinta-feira pelo jornal "O Globo", parentes disseram que Santos foi torturado por PMs por cerca de três horas.

Os familiares do rapaz afirmaram ainda que ele recebeu choques elétricos, levou chutes na barriga e foi empalado com um cabo de vassoura. Ele teve que submeter a uma cirurgia para reconstituição da bexiga e do reto. Seu estado de saúde é estável.

Investigação

Em nota oficial, a PM informou ter ouvido Santos nesta quinta e ele disse ter sido espancado por três policiais, mas não citou nomes. Os 11 suspeitos negaram as acusações.

O comandante do 1º Batalhão, tenente-coronel Marcos Alexandre Santos de Almeida, afirmou que todas as denúncias de tortura envolvendo policiais da sua unidade são apuradas. Ele determinou abertura de inquérito policial militar. Segundo o oficial, caso comprove a responsabilidade dos PMs no episódio, eles terão a prisão administrativa decretada.

"Em nenhuma hipótese será admitida qualquer forma de violação de direitos humanos em minha área", disse Almeida.

Os parentes de Santos serão ouvidos nesta sexta-feira em uma audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio.

Violência

O episódio de Santos é mais uma denúncia de tortura praticada por policiais no período em que Anthony Garotinho está à frente da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Há cerca de três semanas, o universitário Rômulo Batista de Melo, 21, morreu em um hospital de Maricá (a 60 km do Rio) após ficar seis dias preso na carceragem da delegacia de Cabo Frio (a 154 km do Rio). Ele foi conduzido até o hospital em um carro da Polícia Civil. O caso ainda não foi esclarecido.

Na última quarta-feira, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados divulgou um relatório responsabilizando policiais militares por suposta prática de extorsão mediante seqüestro e tortura contra três moradores da favela de Parada de Lucas (zona norte) no ano passado. O crime será investigado pela PF (Polícia Federal).
 

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