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31/08/2000 - 23h20

Preso marceneiro acusado de esquartejar três garotos em Recife

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

A Polícia Civil prendeu ontem, em Recife (PE), o marceneiro Severino Sebastião da Silva, 42, que confessou ter matado três meninos que tiveram seus corpos esquartejados com um serrote.

A prisão ocorreu após a polícia achar a cabeça do estudante Bruno Francisco da Silva, 11, na casa do marceneiro, no bairro Casa Amarela, na zona norte da cidade.

O resto do corpo foi localizado em uma fossa no quintal. Severino tentou fugir, mas foi detido na rua, com a ajuda de vizinhos.

Ele confessou o crime ao ser interrogado. Disse que Bruno jogava pedras no telhado de sua casa e que, na terça-feira, o atraiu oferecendo dinheiro e doces.

Severino disse que abusou sexualmente do menino, matou-o a facadas e retalhou o corpo com o serrote. Tentou então comer pedaços da carne, mas desistiu ao sentir o cheiro do sangue.

Segundo o diretor da DPCA (Diretoria de Polícia da Criança e do Adolescente), Djalma Raposo, o marceneiro disse ser pedófilo e atribuiu o crime ao "demônio".

O marceneiro confessou mais dois homicídios. As vítimas, disse, eram garotos de 8 e 14 anos que também foram mortos a facadas e esquartejados com um serrote. Os corpos, disse, foram enterrados na casa onde ele morou de 98 a 99.

Peritos do Instituto de Criminalística e do IML (Instituto de Medicina Legal) foram ao local indicado e encontraram duas ossadas. De acordo com Raposo, os corpos estavam enterrados num barraco na favela Roque Santeiro 1.

Roupas e calçados encontrados com as ossadas indicam que as vítimas seriam os estudantes Felipe J. S., 8, e Leonardo J. S., 14. Segundo a polícia, Felipe sumiu em 13 de fevereiro de 99, e Leonardo, no dia 17 de novembro de 98.

Severino disse à polícia que matou Leonardo porque a vítima não aceitava romper um relacionamento afetivo que manteria com ele. Felipe foi assassinado porque o chateava, disse.

A casa onde Severino vivia em Casa Amarela foi destruída e saqueada, mas a polícia recolheu provas, como um caderno onde havia versos de amor a crianças.

"Tu tens um jeitinho gostosinho que mim (sic) deixa alucinado. Quero provar do seu gostinho de garoto adolescente", escreveu em versos "ao amigo Carlinhos".

Os pais de Bruno disseram que o marceneiro distribuía doces. A suspeita de que ele poderia estar ligado ao desaparecimento de Bruno surgiu porque Severino foi visto com o garoto e a mãe do menino, Maria Soares da Silva, 26, foi impedida de entrar em sua casa.

A Polícia Civil investiga agora os quatro últimos locais onde o marceneiro morou em Recife e a ligação eventual do marceneiro com outras crianças desaparecidas.

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