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07/03/2004 - 09h18

Governo pretende expandir o zoológico paulistano

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da Folha de S.Paulo

As mortes de animais por envenenamento no Zoológico de São Paulo ocorreram no momento em que um "plano de expansão" para a instituição está em curso, diz Fernando Dias Menezes de Almeida, secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo.

Segundo Almeida, o objetivo é colocar o zôo, que faz 46 anos no próximo dia 16, entre as principais atrações turísticas do Estado. Hoje, o público freqüentador do local, que nos finais de semana chega a 12 mil pessoas por dia, é principalmente de paulistanos buscando lazer, não turistas.

O zôo será integrado a um grande projeto do governo estadual --um plano de ligação, via transporte, de áreas como o zôo e o parque do Estado, que ficam em zonas de conservação, a outros empreendimentos voltados para o turismo na região sul-- como o Centro de Exposições Imigrantes.

Novidades já implantadas, como a visita noturna ao zôo e transporte integrado do local para o metrô fazem parte do plano.

Para Almeida, no entanto, não há relação entre a mortes e projetos do governo ou da diretoria do zôo, hipótese investigada pela polícia. "Não há razões para alguém querer desmoralizar a diretoria."

Desde o dia 24 de janeiro, 61 animais morreram no local vítimas de envenenamento com um poderoso raticida de produção e venda proibidas no país, segundo a instituição. Há laudos positivos para envenenamento para 56 casos, informou a polícia.

De acordo com Almeida, a atual diretoria, que assumiu há três anos, conseguiu mudar substancialmente o perfil do zôo, com uma série de "medidas de saneamento administrativo, mudança no tratamento dos animais" --ele nega que existissem irregularidades. Diz que houve um melhor direcionamento dos recursos.

Em 2001, com a extinção da secretaria de Esportes e Turismo, decisão da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), o zôo passou para o comando da Ciência.

Almeida destaca o caráter mais científico que o zôo passou a ter na atual gestão. "Praticamente dobramos os profissionais técnicos. O zôo definiu técnicas de tratamento dos animais, de reprodução, de caráter excelente, além de desenvolver o intercâmbio de informações com instituições."

De acordo com José Luiz Catão Dias, diretor científico do zôo, a instituição entende como expansão investimentos em curso para sua consolidação como unidade educativa e de reprodução de espécies sob risco de extinção.

O zôo tem obtido bons resultados na reprodução de bichos ameaçados, como araras azuis, felinos brasileiros e micos --tem uma das maiores coleções dessa espécie do mundo, com mais de 60 animais.

Entre os principais projetos que foram temporariamente atrapalhados pelas mortes está o de trazer casais de primatas amazônicos, como o macaco barrigudo.

O zôo também negocia com instituições da África do Sul para trazer cães selvagens ameaçados de extinção, ursos-de-óculos dos Andes, além de coalas, da Austrália --neste último caso, o patrocinador desistiu na última hora, mas Dias diz que o fato não tem nada a ver com as mortes.

"Temos certeza de que esses fatos não abalarão a confiança que as instituições internacionais têm no zôo", afirma Dias.

Os animais são obtidos por meio de permutas com zoológicos de todo o mundo.
 

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