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01/09/2000 - 21h49

Faria de Sá chama Pitta de "negão"

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JOÃO CARLOS SILVA
da Folha de S.Paulo

O secretário de Governo de São Paulo, Arnaldo Faria de Sá, quebrou o protocolo hoje durante uma cerimônia oficial no Palácio das Indústrias ao chamar o prefeito Celso Pitta (PTN) de "negão".

A gíria foi usada em um discurso durante um evento organizado pela prefeitura para Pitta assinar um projeto que propõe a substituição das atuais administrações regionais por subprefeituras.

"É um prazer saber, principalmente dos nossos irmãos de cor, que Pitta, o negão, está fazendo uma administração importante para todos nós", disse Faria de Sá.

A informalidade do secretário provocou risos entre convidados, secretários e vereadores que estavam na cerimônia.

Pitta também sorriu. Faria de Sá, ao final da frase, foi aplaudido por 15 segundos e precisou interromper seu discurso.

Não é primeira vez que o secretário de Governo faz referência à etnia do prefeito. Ele já usou termos como "negro decente" e pessoa que tem "alma de escravo" para falar de Pitta.

O prefeito afirmou hoje que não se incomoda com os adjetivos usados pelo seu secretário.

"Eu poderia chamá-lo de português. Isso não quer dizer nenhuma ofensa. Eu poderia chamar o Getúlio (Hanashiro, secretário dos Transportes) de japonês. Eu não sou branco mesmo. O que você quer que eu faça", disse Pitta sobre a frase de Faria de Sá.

Regras

Pelas regras usadas por cerimoniais de órgãos do Legislativo e do Executivo, em eventos públicos oficiais, como o de hoje, é reservado a prefeitos o tratamento de "excelência" ou "excelentíssimo senhor".

Em cartas encaminhadas ao chefe do Executivo, a reverência deve ser mais pomposa. De acordo com um decreto estadual de 1978, um prefeito deve ser tratado por "Vossa Excelência".

Esse tratamento também acaba sendo usado em atos públicos com a participação de prefeitos, como ocorreu hoje quando foi anunciado o discurso de Pitta pelo cerimonial da prefeitura.

Subprefeituras

O projeto assinado pelo prefeito vai ser encaminhado à Câmara. Se depender da vontade dos vereadores, a proposta corre o risco de ficar engavetada.

Neste ano, os vereadores paulistanos não votaram nenhum projeto no Legislativo. De acordo com os parlamentares, essa situação deve perdurar pelo menos até o fim das eleições.

Pela proposta de Pitta, as atuais 27 administrações regionais podem ser substituídas por nove subprefeituras. A implantação total da proposta, segundo a previsão da prefeitura, pode levar um ano. Para começar a ser implantado, o projeto precisa ser discutido em audiências públicas na Câmara e ser votado pelos vereadores.

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