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16/03/2004 - 02h31

Lago do Ibirapuera reflete duelo eleitoral

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FABIO SCHIVARTCHE
ISABELLE MOREIRA LIMA

da Folha de S.Paulo

Um laudo técnico requentado e a denúncia de contaminação no lago do parque Ibirapuera geraram um bate-boca entre tucanos e petistas ontem em São Paulo.

Documento datado de outubro de 2003 do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde apontou que 5 dos 12 indicadores da qualidade da água do lago estavam irregulares. Havia também uma concentração excessiva de coliformes fecais.

A análise físico-química e microbiológica da água, feita pelo laboratório CQA a pedido da Prefeitura de São Paulo, ganhou contornos de denúncia, ontem, pelas mãos do vereador tucano Gilberto Natalini, que preside a Comissão de Saúde da Câmara Municipal. Ele dizia temer que a água espargida pela fonte luminosa recém-inaugurada pela prefeitura contaminasse os freqüentadores do parque e moradores da região.

O secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Adriano Diogo, criticou o vereador Natalini por "oportunismo eleitoral". Disse que o relatório "não tem a menor validade" e revidou: "Se tem alguém que joga esgoto no lago do Ibirapuera é a Sabesp".

No início do ano, após consultar especialistas, o Ministério Público descartou o risco de contaminação com a água poluída aspergida pela fonte. E mudou sua posição, até então contrária à fonte.

A denúncia sobre o lago do Ibirapuera --um parque municipal-- ocorre dias depois de o governador tucano Geraldo Alckmin anunciar investimentos e obras de ampliação de dois parques estaduais: o Villa-Lobos e o Ecológico do Tietê.

Serão injetados cerca de R$ 4 milhões nas duas obras, em parceria com empresas privadas. Dinheiro muito bem-vindo, diz o secretário estadual de Meio Ambiente, José Goldenberg. "Temos R$ 8 milhões para administrar 90 parques. É um orçamento mínimo. Precisaríamos do dobro, numa situação ideal", afirma.

Num revide ao episódio do lago, o PT apresentou os gastos de Alckmin em 2003 na implantação de parque no Carandiru, onde se gastou apenas 18% dos R$ 13 milhões previstos.

Por trás desse bate-boca está o acirramento de posições entre PT e PSDB, hoje duas das principais forças com chances de vencer a eleição paulistana. Sob anonimato, marqueteiros ligados ao governo estadual e vereadores tucanos já listam uma série de tópicos que vão gerar estudos e dossiês para atacar a administração Marta Suplicy: gastos excessivos em marketing, exclusão social nas escolas e, turbinada pelo escândalo Waldomiro Diniz, a falta de transparência nos contratos na gestão.

Petistas ainda aguardam o PSDB decidir seu candidato para detalhar a artilharia. Do lado tucano serão sempre lembrados os R$ 71,2 milhões que Marta gastou em comunicação no ano passado --40% a mais do que o previsto.
 

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