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19/03/2004 - 03h12

Clodovil mantém os ataques à prefeita

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LAURA CAPRIGLIONE
da Folha de S.Paulo

"Eu acho a Marta uma inculta. Ela só fala de sexo, ovário, útero, orgasmo, essas coisas. Isso é cultura? Cultura de filosofia indiana, de Kama Sutra? Ah! Poupe-me."

E a metralhadora giratória Clodovil Hernandez, apresentador da RedeTV!, seguiu atirando ontem. Feliz da vida com a repercussão obtida desde que usou parte de seu programa vespertino, "A Casa é Sua", para espinafrar a prefeita Marta Suplicy, Clodovil desafiou: "Será que ela vai mesmo me processar? Quanto mais ela mexer nisso, menos chances tem de se reeleger".

O Ibope do programa atingiu picos de 3,5 pontos durante os ataques, dois pontos acima da média. Cada ponto representa 48.500 domicílios na Grande SP.

A saraivada em cima da prefeita começou na quarta-feira, quando o cantor Agnaldo Timóteo reclamou de fiscais municipais que o impediam de vender seu CD no centro da cidade.

Magoado com Marta, a quem responsabiliza pela sua demissão da TV Bandeirantes, há três anos, Clodovil aproveitou a deixa para promover um acerto de contas ao vivo. Chamou a prefeita de "idiota", "inútil", "desocupada".

A prefeitura anunciou que o processará por injúria e difamação. A vereadora Claudete Alves (PT) entrou ontem com ação na Justiça contra o apresentador por crime de racismo. Explica-se: ao defender Timóteo, Clodovil soltou a seguinte pérola: "Tem que vender disco na rua (...) Ele vai fazer o quê? Ele vai fazer o que todo crioulo faz no Brasil? Vai virar ladrão, bandido ou o quê?"

Em entrevista à Folha, Clodovil pegou pesado: "Essa vereadora deve ser uma macaca de tailleur". Abaixo, trechos da conversa.

Folha - Por que tanta raiva?
Clodovil Hernandez
- A Marta é uma carreirista e arrogante. Desde o dia em que foi eleita, nunca mais fez nada pelos homossexuais. Ela não quer nem saber. E foi ela quem provocou a minha demissão da TV Bandeirantes. Eu perdi tudo --carro, todas as minhas coisas. Me puseram para fora sem um tostão.

Folha - Desde quando o senhor conhece a prefeita?
Clodovil
- Eu a conheço desde o tempo em que ela era Smith de Vasconcellos [esse é o nome de solteira da prefeita]. No início dos anos 60, quando foi se casar com o Suplicy [Eduardo Matarazzo Suplicy], ela queria fazer o vestido de noiva comigo. Acabou não fazendo, porque era caro. Quando a gente trabalhava juntos na "TV Mulher" [programa extinto da TV Globo], a irmã dela [Tetê] queria ir à festa do Oscar, e eu tive o prazer de fazer o vestido para ela. Jesus, a Marta não pagou o vestido e agora ainda tenta me prejudicar. Eu não cobrei nada porque se tratava da irmã de uma colega de trabalho.

Folha - Como o senhor reage à acusação de racismo?
Clodovil
- Aposto que essa vereadora é uma macaca de tailleur metida a besta. E eu sou branco por acaso? Não vou compactuar com essa burrice. Não vou bater boca a favor ou contra negro. Eu tenho sangue de índio, ou sangue de crioulo, sei lá. Que bobagem é essa? Não é o negro que vira bandido, é o sistema que faz com que ele seja empurrado para isso.

Folha - Por que o senhor implica com o fato de a prefeita seguir assinando Marta Suplicy?
Clodovil
- A única pessoa que eu sei que lutou para manter o sobrenome depois da separação foi a Tina Turner. Ela não precisava, mas pagou por isso. A Marta pagou para manter o sobrenome? Ao contrário. Eles estão dando o sobrenome para ela para se ver livres daquela doença.

Folha - Um último recado...
Clodovil
- A Marta que dobre a língua para falar de mim. Quem paga o salário dela sou eu, com os impostos que recolho.
 

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