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19/03/2004 - 08h42

Juiz determina internação de ator de "Cidade de Deus"

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

O juiz da 2ª Vara da Infância e Adolescência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Jerônimo Coelho, determinou a internação provisória de um ator de 16 anos do filme "Cidade de Deus", que foi preso na noite de terça-feira sob acusação de ter roubado um carro em Jacarepaguá (zona oeste da cidade).

O ator foi preso com outros três adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos. Eles ficarão internados até 15 de abril, quando será realizada uma nova audiência.

O assalto ocorreu nas imediações da Cidade de Deus, favela que inspirou a realização do filme. Um dos garotos abordou a vítima --uma mulher identificada apenas como Mônica-- com uma arma de brinquedo e roubou o carro em que ela estava (um Golf).

A Polícia Militar foi chamada e passou a perseguir o veículo, que era dirigido por um garoto de 13 anos. Os policiais só conseguiram parar o carro após atirarem nos pneus. Na mesma noite, os menores foram levados para o Centro de Triagem do Instituto Padre Severino, na Ilha do Governador (zona norte do Rio). No dia seguinte, foram submetidos a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal.

Em depoimento à polícia, o participante de "Cidade de Deus" afirmou estar arrependido. Ele disse que não sabia que o grupo pretendia roubar um carro. Morador da Cidade de Deus, o adolescente cursa o ensino médio.

Em menos de um ano, ele foi o segundo ator do filme a ser preso por roubo. No dia 13 de junho do ano passado, Rubens Sabino da Silva, que fez o papel do traficante Neguinho no filme, foi preso após roubar a bolsa de uma mulher dentro de um ônibus na avenida Niemeyer (zona sul do Rio). Ele estava desarmado. À época, disse ter roubado a bolsa por estar com fome.

Suspeita de agressão

Em depoimento a assistentes sociais na 2ª Vara da Infância e Adolescência do Tribunal de Justiça do Rio, o adolescente de 13 anos, que conduziu o carro roubado, disse que todos os garotos foram espancados pelos policiais que efetuaram a prisão. Segundo ele, os policiais militares do Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel) bateram com o fuzil em suas costas. A Polícia Civil não divulgou o resultado do exame de corpo de delito.

O comandante do Getam, tenente-coronel Germano Antônio Borges, afirmou não ter tomado conhecimento das supostas agressões contra os garotos. Borges disse que poderá abrir um "procedimento apuratório" para investigar o caso.
 

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