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26/03/2004
-
05h05
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
Um forte aparato policial impediu que manifestantes se aproximassem do ministro Tarso Genro (Educação), ontem, em Fortaleza. Quatro membros do grupo Crítica Radical, o mesmo que jogou torta no ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, há dois meses, chegaram a ser arrastados para fora do ginásio onde Tarso estava.
Os manifestantes disseram que não tinham torta, mas outra "surpresa" para atrapalhar o evento. A "surpresa" não foi revelada.
O ministro participou de eventos da Assembléia Legislativa e do governo do Ceará sobre combate ao analfabetismo. Procurou elogiar seu antecessor, o senador Cristovam Buarque, apesar das mudanças que tem feito no MEC desde que assumiu, em janeiro.
"Não estamos sucateando nenhum projeto do ministro Cristovam, que foi um bom ministro e é um grande quadro político. Agora, estamos reordenando hierarquias", disse sobre a exclusão de programas antes considerados essenciais das prioridades. "O projeto do Cristovam é revolucionário, temos um enorme orgulho dele, e essas modificações neste segundo ano [de governo] só poderiam ser feitas pela boa experiência que tivemos no primeiro."
Mesmo longe do ministro, os manifestantes, cerca de 20 estudantes da UFC (Universidade Federal do Ceará), fizeram bastante barulho na galeria da Assembléia e quase o impediram de falar.
Eles criticavam a reforma universitária, que prevê mecanismos alternativos de financiamento para o ensino superior. Segundo Tarso, a idéia com mais apoio até agora é a de criação de um fundo, composto por alíquotas de diversos impostos já existentes.
Para Tarso, o protesto é fruto de um "micromovimento de jovens de uma pequena burguesia apressada, às vezes meio raivosa".
"Não é estranho que, nos momentos de mudança, de transformação e afirmação de um projeto nacional, surja uma aliança entre uma suposta extrema esquerda com a extrema direita, que defende, na verdade, a manutenção do status quo, sem reforma, para reafirmar este modelo que tem 77% de vagas privadas no Brasil?"
No último dia 15, o ministro foi vaiado na UFPR (Universidade Federal do Paraná), em Curitiba.
Polícia é acionada para manter manifestantes longe do ministro
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da Agência Folha, em Fortaleza
Um forte aparato policial impediu que manifestantes se aproximassem do ministro Tarso Genro (Educação), ontem, em Fortaleza. Quatro membros do grupo Crítica Radical, o mesmo que jogou torta no ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, há dois meses, chegaram a ser arrastados para fora do ginásio onde Tarso estava.
Os manifestantes disseram que não tinham torta, mas outra "surpresa" para atrapalhar o evento. A "surpresa" não foi revelada.
O ministro participou de eventos da Assembléia Legislativa e do governo do Ceará sobre combate ao analfabetismo. Procurou elogiar seu antecessor, o senador Cristovam Buarque, apesar das mudanças que tem feito no MEC desde que assumiu, em janeiro.
"Não estamos sucateando nenhum projeto do ministro Cristovam, que foi um bom ministro e é um grande quadro político. Agora, estamos reordenando hierarquias", disse sobre a exclusão de programas antes considerados essenciais das prioridades. "O projeto do Cristovam é revolucionário, temos um enorme orgulho dele, e essas modificações neste segundo ano [de governo] só poderiam ser feitas pela boa experiência que tivemos no primeiro."
Mesmo longe do ministro, os manifestantes, cerca de 20 estudantes da UFC (Universidade Federal do Ceará), fizeram bastante barulho na galeria da Assembléia e quase o impediram de falar.
Eles criticavam a reforma universitária, que prevê mecanismos alternativos de financiamento para o ensino superior. Segundo Tarso, a idéia com mais apoio até agora é a de criação de um fundo, composto por alíquotas de diversos impostos já existentes.
Para Tarso, o protesto é fruto de um "micromovimento de jovens de uma pequena burguesia apressada, às vezes meio raivosa".
"Não é estranho que, nos momentos de mudança, de transformação e afirmação de um projeto nacional, surja uma aliança entre uma suposta extrema esquerda com a extrema direita, que defende, na verdade, a manutenção do status quo, sem reforma, para reafirmar este modelo que tem 77% de vagas privadas no Brasil?"
No último dia 15, o ministro foi vaiado na UFPR (Universidade Federal do Paraná), em Curitiba.
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