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28/03/2004 - 21h14

Ministério de Ciro recua e diz agora que acompanha ciclone desde sexta

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

Após informar por volta das 19h que a Secretaria Nacional de Defesa Civil não trabalhou no final de semana e não teria um balanço sobre as vítimas e prejuízos do ciclone "Catarina", o Ministério da Integração Nacional voltou atrás, diz agora que errou e que o fenômeno é acompanhado pelo governo federal desde a última sexta-feira.

No entanto, o ministério forneceu dados incompletos e imprecisos sobre os efeitos do ciclone em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A pasta do ministro Ciro Gomes informou que foram registradas duas mortes, mas não soube dizer onde elas aconteceram e em que circunstâncias. Esse dado já era do conhecimento público desde o período da tarde, pois havia sido divulgado pelos órgãos estaduais de defesa civil.

O ministério também citou que o ciclone atingiu 21 municípios em Santa Catarina e apenas um no Rio Grande do Sul, mas não soube especificá-los. Informou que existem 500 desabrigados, 20 mil casas destelhadas e 500 destruídas. Esses dados também foram tornados públicos pelos órgãos dos Estados desde o período da tarde.

A assessoria de Ciro Gomes explicou que só a partir de amanhã o ministério deverá receber documentos com avaliação de danos, chamados de "notificação preliminar de desastre", que seus dados foram obtidos com a defesa civil nos Estados, e que o ciclone era acompanhado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), orgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Após os municípios encaminharem o decreto de calamidade pública ou de situação de emergência, o governo federal poderá liberar ajuda emergencial para essas cidades, segundo a assessoria de Ciro.

Livres de licitação

Ao decretar estado de calamidade e receber a aprovação do governo federal, um prefeito fica livre para dispensar licitação e realizar compras de mercadorias, que devem, em tese, serem usadas apenas para a assistência e atendimento às vítimas.

Para evitar uma repercussão negativa da "folga" da Secretaria Nacional de Defesa Civil diante da passagem de um ciclone no Sul, assessores do Planalto correm para avisar os jornalistas de que o presidente Lula pediu urgência na tomada de medidas de ajuda às vítimas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, como distribuição de remédios e alimentos. Não está descartada uma visita à área atingida.

Na sexta-feira passada, uma pesquisa elaborada pelo Ibope apontou que a aprovação do governo caiu para o pior índice desde a posse.

"Olho" do furacão

A Secretaria Nacional de Defesa Civil é ligada ao Ministério da Integração Nacional. No site da secretaria, não há na noite deste domingo nenhum registro sobre o ciclone no Sul.

Segundo documento do Ministério da Integração Nacional, compete à essa secretaria "estabelecer estratégias e diretrizes para orientar as ações de redução de desastres, em especial planejar e promover a defesa permanente contra as secas e inundações, em âmbito nacional".

O ciclone "Catarina", como ficou conhecido o fenômeno, foi classificado como um furacão pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA, país com várias décadas de experiência científica no assunto. Foi um site de uma universidade americana que permitiu aos internautas acompanharem em tempo real a chegada do "Catarina", ao contrário do que ocorreu nos sites do "governo eletrônico" do Brasil.

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