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05/04/2004 - 09h43

Grevistas da PF mudam tática e suspendem "operação padrão"

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da Folha Online

Os policiais federais em greve decidiram, neste fim de semana, suspender a "operação padrão" que vinham realizando em aeroportos e fronteiras do Brasil. Segundo o presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Francisco Garisto, o movimento vai "mudar de alvo".

A operação, que fora suspensa por determinação judicial na semana passada, havia sido retomada, também no fim da semana, em alguns lugares como Porto Alegre, Rio e fronteiras e portos.

"Vamos mudar de alvo. Já que o governo está se lixando para a população, nosso alvo vai ser o PT, que nos traiu, o [ministro da Justiça] Márcio [Thomaz Bastos] e o Paulo Lacerda [diretor-geral da PF]".

Segundo Garisto, a reivindicação do movimento, de equiparação do salário-base de agentes, escrivães e papiloscopistas com o dos delegados, estava no programa de governo do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele acusa também o ministro da Justiça e o diretor-geral da PF de montarem uma "república dos delegados" na PF. Segundo Garisto, a Fenapef realizou, no ano passado, um plebiscito entre os servidores da Polícia Federal que demonstrou que 92% dos entrevistados querem a saída de Lacerda da direção do órgão.

"O Lacerda não pode ficar", disse. O presidente da Fenapef falou também que a entidade pretende "gastar uma grana boa" em campanha contra Lacerda, Thomaz Bastos e o PT, que, segundo diz, "traíram" a categoria.

Garisto disse ainda que os grevistas devem realizar assembléia após a páscoa para resolver os rumos do movimento.

Greve

Agentes, escrivães e papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) estão em greve desde o dia 9 de março e reivindicam o pagamento de salário equivalente a escolaridade de nível superior para as categorias em greve, com base na lei 9.266/96 que tornou obrigatório o terceiro grau para ingressar na PF. Assim, um agente e um delegado ganhariam o mesmo salário-base.

O Ministério da Justiça alega que não há base jurídica para o pleito dos grevistas, uma vez que a lei, ao mesmo tempo que impõe a obrigatoriedade de um curso superior, estabelece uma tabela específica para os vencimentos.

O ministério diz ainda que agentes, escrivães e papiloscopistas teriam o salário elevado de R$ 4.199 para R$ 7.788, equiparando-se aos delegados, o que representaria um impacto de cerca de R$ 600 milhões anuais na folha da União.

A única proposta divulgada pelo ministério até agora foi de aumento de 10% para os policiais. A proposta não foi aceita pelos grevistas. Eles dizem que não querem aumento, e sim o "cumprimento da lei".

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