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07/04/2004
-
03h15
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em São Vicente
Os índices de balneabilidade de todas as praias paulistas pioraram no ano passado em relação a 2002, ano em que, devido à escassez de chuvas, as águas litorâneas do Estado apresentaram a melhor qualidade desde 2000.
A conclusão aparece no relatório anual "Qualidade das Águas Litorâneas do Estado de São Paulo", divulgado ontem em São Vicente (SP) pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Segundo o relatório, 48% das praias paulistas permaneceram próprias para banho no ano passado, isto é, receberam classificação ótima ou boa durante os 12 meses de 2003. Nas demais (52%), ocorreu durante o ano pelo menos um episódio de impropriedade (classificação regular ou má). O relatório se baseia nos dados do monitoramento realizado semanalmente pela agência ambiental em 148 pontos de 128 praias.
Em comparação com 2002, o índice favorável recuou 21 pontos percentuais --naquele ano, 69% das praias se mantiveram próprias de janeiro a dezembro. Comparando os dados com 2001, quando o índice de praias próprias foi de 43%, os resultados de 2003 não indicam retrocesso.
"Durante os últimos 35 anos, não houve pior estiagem que a de 2002, um ano totalmente atípico. Por isso consideramos que ocorreu uma melhora significativa, sim, de 43% para 48% [de 2001 a 2003]", afirmou o diretor-presidente da Cetesb, Rubens Lara.
O ano de 2002 foi considerado "atípico" em razão da falta de chuvas --quanto mais chove, mais esgoto é arrastado para o mar. Em 2003, as chuvas no litoral retornaram à média histórica.
Segundo a gerente do Setor de Águas Litorâneas da Cetesb, a bióloga Claudia Condé Lamparelli, o comportamento das praias é influenciado basicamente pela combinação de chuvas e freqüência de banhistas.
Com turistas em excesso, a produção de esgoto se multiplica, e a chuva arrasta para o mar esse material, por meio dos canais de águas pluviais, para onde escoam por falta de rede coletora ou em razão de ligações clandestinas.
"Cinco por cento da população de São Paulo vive à beira-mar e 60% moram a 100 km das praias. Com os meios de acesso que se tem hoje, as pessoas descem para o litoral com muita facilidade", disse o diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da Cetesb, Lineu José Bassoi.
Segundo o relatório, o município onde a qualidade das águas mais piorou no ano passado foi Ilhabela. Em 2002, a cidade manteve 91% das suas praias próprias para banho; em 2003, só 18%.
Para Claudia Lamparelli, o motivo é o reduzido volume de coleta de esgoto na cidade --inferior a 3%, o menor índice do litoral-- associado ao acelerado crescimento populacional e à ocupação irregular de áreas de morros.
Caraguatatuba teve as praias menos afetadas no quadro geral de piora da balneabilidade no Estado. Tinha 53% das praias classificadas como permanentemente próprias em 2002 e passou a ter 47% em 2003. Segundo Lamparelli, o desempenho é motivado por obras de coleta de esgoto realizadas pela prefeitura e pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo).
Qualidade das praias de SP piora em 2003
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da Agência Folha, em São Vicente
Os índices de balneabilidade de todas as praias paulistas pioraram no ano passado em relação a 2002, ano em que, devido à escassez de chuvas, as águas litorâneas do Estado apresentaram a melhor qualidade desde 2000.
A conclusão aparece no relatório anual "Qualidade das Águas Litorâneas do Estado de São Paulo", divulgado ontem em São Vicente (SP) pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Segundo o relatório, 48% das praias paulistas permaneceram próprias para banho no ano passado, isto é, receberam classificação ótima ou boa durante os 12 meses de 2003. Nas demais (52%), ocorreu durante o ano pelo menos um episódio de impropriedade (classificação regular ou má). O relatório se baseia nos dados do monitoramento realizado semanalmente pela agência ambiental em 148 pontos de 128 praias.
Em comparação com 2002, o índice favorável recuou 21 pontos percentuais --naquele ano, 69% das praias se mantiveram próprias de janeiro a dezembro. Comparando os dados com 2001, quando o índice de praias próprias foi de 43%, os resultados de 2003 não indicam retrocesso.
"Durante os últimos 35 anos, não houve pior estiagem que a de 2002, um ano totalmente atípico. Por isso consideramos que ocorreu uma melhora significativa, sim, de 43% para 48% [de 2001 a 2003]", afirmou o diretor-presidente da Cetesb, Rubens Lara.
O ano de 2002 foi considerado "atípico" em razão da falta de chuvas --quanto mais chove, mais esgoto é arrastado para o mar. Em 2003, as chuvas no litoral retornaram à média histórica.
Segundo a gerente do Setor de Águas Litorâneas da Cetesb, a bióloga Claudia Condé Lamparelli, o comportamento das praias é influenciado basicamente pela combinação de chuvas e freqüência de banhistas.
Com turistas em excesso, a produção de esgoto se multiplica, e a chuva arrasta para o mar esse material, por meio dos canais de águas pluviais, para onde escoam por falta de rede coletora ou em razão de ligações clandestinas.
"Cinco por cento da população de São Paulo vive à beira-mar e 60% moram a 100 km das praias. Com os meios de acesso que se tem hoje, as pessoas descem para o litoral com muita facilidade", disse o diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da Cetesb, Lineu José Bassoi.
Segundo o relatório, o município onde a qualidade das águas mais piorou no ano passado foi Ilhabela. Em 2002, a cidade manteve 91% das suas praias próprias para banho; em 2003, só 18%.
Para Claudia Lamparelli, o motivo é o reduzido volume de coleta de esgoto na cidade --inferior a 3%, o menor índice do litoral-- associado ao acelerado crescimento populacional e à ocupação irregular de áreas de morros.
Caraguatatuba teve as praias menos afetadas no quadro geral de piora da balneabilidade no Estado. Tinha 53% das praias classificadas como permanentemente próprias em 2002 e passou a ter 47% em 2003. Segundo Lamparelli, o desempenho é motivado por obras de coleta de esgoto realizadas pela prefeitura e pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo).
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