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10/04/2004 - 06h45

Portadora do HTLV convive com a dor há 20 anos

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da Agência Folha, em Belo Horizonte

Após 20 anos de dores intensas e diagnósticos equivocados, a empresária Maria das Dores Kroger Teixeira, 57, descobriu por acaso que era portadora do HTLV. O marido foi doar sangue para um conhecido. O vírus, transmissível por via sexual, foi detectado.

Depois de receber três cartas do banco de sangue, ela decidiu fazer o teste. Revelada a existência do vírus, recebeu o diagnóstico --correto-- de paraparesia espástica tropical (PET), uma doença neurológica grave associada ao HTLV e que causa fraqueza progressiva dos membros inferiores e incontinência fecal e urinária, entre outros sintomas.

Ela conta que as dores começaram há cerca de 20 anos, com ardência súbita nos pés. A dor evoluiu para outras partes do corpo e o grande volume de analgésicos que tomava acabou lhe rendendo uma hemorragia intestinal.

"Diziam que era doença de gente desocupada", disse Teixeira, que conta ter recebido também diagnósticos de osteoporose (doença que afeta os ossos), reumatismo (problemas nas articulações), fibromialgia (dor muscular crônica) e até pé chato. Como sua doença estava em fase aguda, ela foi internada há duas semanas no hospital Sarah Kubitschek, em Belo Horizonte, onde aprenderá por um mês exercícios de fisioterapia para fazer em casa.

Como já não consegue levantar sem "pesar a coluna" e andar 50 metros sem dor, está se locomovendo em cadeira de rodas. Quando vai para casa, nos finais de semana, esconde o aparelho dos vizinhos. "Eu ainda não assumo a cadeira de rodas", diz ela.

As incontinências fecal e urinária impedem que ela mantenha compromissos sociais. "De um tempo para cá tenho recusado todos os convites." No entanto Teixeira continua a administrar a pensão que mantém nas imediações de uma universidade em Belo Horizonte. "Aprendi a conviver com a dor." O marido e uma filha da empresária também são portadores do vírus, mas não desenvolveram doenças.
 

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