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13/04/2004 - 08h48

Após confrontos, polícia permanece na Rocinha

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da Folha Online

Apesar da situação tranqüila na manhã desta terça-feira na favela da Rocinha, zona sul do Rio, o local continua ocupado por policiais civis e militares.

A ocupação começou na segunda (12) e envolveu 1.300 policiais. Apesar da presença da polícia, a violência esteve presente na região. Os criminosos não ficaram intimidados e atiraram contra os policiais. O comandante-geral da PM, coronel Renato Hottz, que participou da operação, teve de se refugiar atrás de uma caçamba de lixo para não ser atingido.

Conforme a polícia, 25 pessoas foram presas e 28 armas foram apreendidas, entre elas, fuzis e granadas.

Desde a madrugada de sexta-feira, dez pessoas morreram por causa da guerra entre traficantes na região. A onda de confrontos começou quando traficantes do vizinho morro do Vidigal tentaram invadir a Rocinha. Dois moradores morreram.

No mesmo dia, homens realizaram uma falsa blitz na avenida Niemeyer, próxima ao Vidigal, e mataram uma mulher que não parou seu veículo.

Forças Armadas

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, admitiu que o governo federal poderá usar as Forças Armadas para combater a violência e o crime organizado no Rio.

Bastos afirmou que manteve contato por duas vezes nesta segunda-feira com a governadora Rosinha Matheus (PMDB), e determinou o envio ao Rio do secretário Nacional de Segurança Pública Luiz Fernando Corrêa, que deverá participar de uma reunião do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança.

"O governo federal tem compromisso sólido e firme com a ordem pública e não abre mão disso. Tomaremos todas as providências úteis e necessárias para manter a ordem", disse Bastos. Sobre o uso das Forças Armadas, o ministro disse que "esta posição não está absolutamente descartada".

Em 2002 e em 2003, o Exército realizou atividades de policiamento no Rio. No período, uma série de ações criminosas foi registrada. Durante as eleições de 2002, 11 mil homens do Exército foram às ruas.

Defesa

Quanto à possibilidade de decretação de estado de defesa, cogitada pelo prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), o ministro disse que se a governadora achar que a medida é necessária, o governo federal não hesitará em tomá-la.

Bastos revelou que a Polícia Federal detectou, há cerca de 30 dias, a ameaça de alguma ação do tráfico na Rocinha. "Foi detectado um plano de se fazer o que se tornou uma guerra de quadrilhas".

O estado de defesa é um mecanismo previsto pela Constituição Federal para situações de exceção. Pelo artigo 136 da Carta, o Presidente da República pode decretá-lo para "preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza."

A decretação de estado de defesa permite à autoridade restringir os direitos de reunião, o sigilo de correspondência e o sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.

O ministro da Justiça anunciou a liberação de R$ 9 milhões de um pacote de R$ 20 milhões do Plano Nacional de Segurança Pública, destinado ao combate ao crime organizado no Rio.

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