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14/04/2004 - 19h37

Governo suspende negociações com grevistas da Polícia Federal

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

Estão suspensas as negociações entre o governo e os grevistas da Polícia Federal. O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, logo após as 18h desta quarta-feira, quando venceu o prazo para que a categoria aceitasse a proposta salarial "definitiva".

Segundo Thomaz Bastos, será determinado a partir de agora o corte de ponto de quem está faltando ao trabalho, e a protocolação de recursos judiciais para suspender as liminares que impedem o desconto dos dias parados em pelo menos seis Estados (Maranhão, Santa Catarina, Acre, Rondônia, Goiás e Rio de Janeiro).

"Hoje acabou o prazo. Quero reiterar aqui o meu grande apreço pela PF, e pelos grevistas. Tivemos uma mesa aberta de negociação durante mais de 30 dias, mas eles não aceitaram a nossa proposta. Então estamos retirando esta proposta e agora vamos tomar todas as providências que se fizerem necessárias", afirmou Thomaz Bastos.

O ministro disse que o contingente da PF será reforçado por meio de abertura de concursos e que o governo vai liberar o crédito suplementar de R$ 60 milhões para colocar em dia as contas do departamento.

Manifestação

A Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) e os presidentes de sindicatos estaduais estão reunidos em Brasília e ameaçam radicalizar o movimento. "Não está descartada a volta da 'operação padrão' nos portos, aeroportos e fronteiras", afirmou Francisco Garisto, presidente da federação.

Nesta tarde os grevistas realizaram uma manifestação em frente ao Ministério da Justiça carregando faixas com a inscrição "Pizzaria do Waldomiro".

Os grevistas assaram uma pizza de sabor banana para o ministro da Justiça. "Este gesto é só para lembrar à sociedade que neste país tudo acaba em pizza", disse o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do DF, Fernando Honorato.

Reivindicação

Os policiais reivindicam o pagamento de salário equivalente a escolaridade de nível superior para as categorias em greve, com base na lei 9.266/96 que tornou obrigatório o terceiro grau para ingressar na PF. Assim, um agente e um delegado ganhariam o mesmo salário-base.

O Ministério da Justiça alega que não há base jurídica para o pleito dos grevistas, uma vez que a lei, ao mesmo tempo que impõe a obrigatoriedade de um curso superior, estabelece uma tabela específica para os vencimentos.

O ministério diz ainda que agentes, escrivães e papiloscopistas teriam o salário elevado de R$ 4.199 para R$ 7.788, equiparando-se aos delegados, o que representaria um impacto de cerca de R$ 600 milhões anuais na folha da União.

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