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19/04/2004
-
04h24
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
O publicitário Rudi Otto Kretschmar, 28, disse à polícia que desconfiou de seu sócio, o universitário Gil Grecco Rugai, 20, desde que soube da morte do empresário Luiz Carlos Rugai, 40 --pai de Gil--, e da mulher dele, Alessandra, 33, na manhã do dia seguinte ao crime. Hoje, a polícia vai concluir o inquérito e pedir à Justiça a prisão preventiva (até o julgamento) de Gil.
Kretschmar afirmou, em depoimento, que soube da morte do casal às 9h30 do dia 29 de março. Encontrou-se com Gil à tarde, na KTM Comunicação Ltda., empresa de ambos, mas disse aos policiais que não falou ao sócio de sua desconfiança naquele momento porque temia pela sua própria vida e pela de seus familiares.
Ele também falou que, na mesma ocasião, foi até o escritório para ver se uma arma que teria sido guardada dias antes por Gil em uma gaveta do escritório ainda estava lá, mas não a encontrou.
O depoimento do publicitário foi dado no dia 31. Ele era a principal testemunha contra Gil até que, no dia seguinte, o vigia de rua Domingos Ramos Oliveira Andrade, 39, disse à polícia que viu Gil e outro jovem saindo da casa de Rugai na noite do crime, o que complicou ainda mais a situação do universitário, que teve a prisão temporária de 15 dias decretada --o prazo vence amanhã.
Kretschmar também desmentiu o álibi do sócio. Ele afirmou que Gil lhe dissera que, no dia do crime, saiu da casa de uma amiga para a KTM. Em depoimento à polícia, Gil afirmou que, no horário do crime, foi ao cinema, mas desistiu por causa da fila.
Para a polícia, o publicitário disse que desconfiou do sócio por causa de conflitos recentes de Gil com o pai, que levaram ao afastamento do universitário do setor de finanças da empresa de Rugai e à troca de chaves da casa.
À imprensa, na semana passada, porém, Kretschmar disse que achava que Gil era inocente e que nunca vira o sócio armado. No dia seguinte, ele foi à polícia e se desmentiu. O advogado Franceo Delfino de Azevedo, que acompanhou o publicitário nessa ocasião, disse ontem desconhecer o conteúdo do depoimento.
Kretschmar não foi encontrado, assim como o advogado de Gil, Fernando José da Costa. A defesa do universitário afirma que a polícia não tem provas e que os depoimentos são contraditórios.
A promotora Mildred Gonzalez Campi, designada para o caso, denunciará Gil hoje ou amanhã à Justiça por duplo homicídio qualificado, com ao menos duas qualificadoras (motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima).
A defesa de Gil pediu na semana passada a revogação da prisão, mas a solicitação ainda não foi analisada pelo 5º Tribunal do Júri. Gil nega o crime.
Apesar do envio do inquérito à Justiça, a polícia continua a investigação para tentar identificar um segundo jovem que foi visto saindo com Gil da casa do empresário, em Perdizes (zona oeste de SP). Laudos técnicos também devem ser enviados posteriormente.
O Instituto de Criminalística faz hoje a última tentativa para tentar encontrar possíveis vestígios de sangue em roupas de Gil, encaminhadas à lavandeira no dia seguinte ao crime. As roupas passarão por uma análise microscópica usando reagentes especiais.
Sócio disse à polícia que desconfiou de Gil Rugai
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da Folha de S.Paulo
O publicitário Rudi Otto Kretschmar, 28, disse à polícia que desconfiou de seu sócio, o universitário Gil Grecco Rugai, 20, desde que soube da morte do empresário Luiz Carlos Rugai, 40 --pai de Gil--, e da mulher dele, Alessandra, 33, na manhã do dia seguinte ao crime. Hoje, a polícia vai concluir o inquérito e pedir à Justiça a prisão preventiva (até o julgamento) de Gil.
Kretschmar afirmou, em depoimento, que soube da morte do casal às 9h30 do dia 29 de março. Encontrou-se com Gil à tarde, na KTM Comunicação Ltda., empresa de ambos, mas disse aos policiais que não falou ao sócio de sua desconfiança naquele momento porque temia pela sua própria vida e pela de seus familiares.
Ele também falou que, na mesma ocasião, foi até o escritório para ver se uma arma que teria sido guardada dias antes por Gil em uma gaveta do escritório ainda estava lá, mas não a encontrou.
O depoimento do publicitário foi dado no dia 31. Ele era a principal testemunha contra Gil até que, no dia seguinte, o vigia de rua Domingos Ramos Oliveira Andrade, 39, disse à polícia que viu Gil e outro jovem saindo da casa de Rugai na noite do crime, o que complicou ainda mais a situação do universitário, que teve a prisão temporária de 15 dias decretada --o prazo vence amanhã.
Kretschmar também desmentiu o álibi do sócio. Ele afirmou que Gil lhe dissera que, no dia do crime, saiu da casa de uma amiga para a KTM. Em depoimento à polícia, Gil afirmou que, no horário do crime, foi ao cinema, mas desistiu por causa da fila.
Para a polícia, o publicitário disse que desconfiou do sócio por causa de conflitos recentes de Gil com o pai, que levaram ao afastamento do universitário do setor de finanças da empresa de Rugai e à troca de chaves da casa.
À imprensa, na semana passada, porém, Kretschmar disse que achava que Gil era inocente e que nunca vira o sócio armado. No dia seguinte, ele foi à polícia e se desmentiu. O advogado Franceo Delfino de Azevedo, que acompanhou o publicitário nessa ocasião, disse ontem desconhecer o conteúdo do depoimento.
Kretschmar não foi encontrado, assim como o advogado de Gil, Fernando José da Costa. A defesa do universitário afirma que a polícia não tem provas e que os depoimentos são contraditórios.
A promotora Mildred Gonzalez Campi, designada para o caso, denunciará Gil hoje ou amanhã à Justiça por duplo homicídio qualificado, com ao menos duas qualificadoras (motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima).
A defesa de Gil pediu na semana passada a revogação da prisão, mas a solicitação ainda não foi analisada pelo 5º Tribunal do Júri. Gil nega o crime.
Apesar do envio do inquérito à Justiça, a polícia continua a investigação para tentar identificar um segundo jovem que foi visto saindo com Gil da casa do empresário, em Perdizes (zona oeste de SP). Laudos técnicos também devem ser enviados posteriormente.
O Instituto de Criminalística faz hoje a última tentativa para tentar encontrar possíveis vestígios de sangue em roupas de Gil, encaminhadas à lavandeira no dia seguinte ao crime. As roupas passarão por uma análise microscópica usando reagentes especiais.
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