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20/04/2004 - 12h33

Fenapef diz que ministro mentiu sobre Rio e anuncia radicalização

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da Folha Online

O presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Francisco Garisto, acusou, nesta terça-feira, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de mentir sobre a atuação da PF no Rio. Ele anunciou também a radicalização do movimento grevista caso não haja um "aceno" do governo até sexta-feira.

"O ministro [Márcio Thomaz Bastos] disse que a operação de suporte da PF no Rio está funcionando, e isso é mentira. Ele quer usar isso por causa da briga dele com o Garotinho [secretário da Segurança do Rio], mas é mentira".

Segundo Garisto, a operação, que daria apoio à polícia do Rio com serviços de inteligência, está totalmente paralisada.

O presidente da Fenapef afirmou também que, na próxima semana, todos os agentes que realizam operações de apoio em todo o país devem paralisar suas atividades.

"O pessoal que está em Rondônia, por exemplo, retirando os corpos dos garimpeiros, vai parar", afirmou. Segundo Garisto, é a Fenapef que está pagando as despesas destes policiais, já que a PF não teria dinheiro para pagar as diárias.

A reportagem procurou, por telefone, o Ministério da Justiça, mas ainda não localizou ninguém para comentar as declarações de Garisto.

"Padrão"

Ele afirmou que, na sexta-feira, uma assembléia deve decidir, entre outras coisas, pela volta da "operação padrão" nas fronteiras, portos e aeroportos do país. Por enquanto, a operação só está funcionando no Rio Grande do Sul.

Sobre a possibilidade de o governo cortar o ponto dos grevistas, como anunciou no último dia 12, Garisto disse que Fenapef já conseguiu decisões judiciais impedindo o corte em 19 Estados. Em São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná já haveria decisões de segunda instância.

Greve

Agentes, escrivães e papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) estão em greve desde o dia 9 de março e reivindicam o pagamento de salário equivalente a escolaridade de nível superior para as categorias em greve, com base na lei 9.266/96 que tornou obrigatório o terceiro grau para ingressar na PF. Assim, um agente e um delegado ganhariam o mesmo salário-base.

O Ministério da Justiça alega que não há base jurídica para o pleito dos grevistas, uma vez que a lei, ao mesmo tempo que impõe a obrigatoriedade de um curso superior, estabelece uma tabela específica para os vencimentos.

O ministério diz ainda que agentes, escrivães e papiloscopistas teriam o salário elevado de R$ 4.199 para R$ 7.788, equiparando-se aos delegados, o que representaria um impacto de cerca de R$ 600 milhões anuais na folha da União.

A "operação padrão", pela qual os policiais realizam uma série de procedimentos de checagem que normalmente são feitos por amostragem, foi instituída no primeiro dia da greve, e suspensa pelos grevistas no último dia 5.

Especial
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