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23/04/2004 - 03h00

Membros de gestões anteriores do zôo negam falhas

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da Folha de S.Paulo

O ex-diretor-presidente do zôo André Luiz Perondini diz que foi em sua gestão que começaram a ser adotados vários procedimentos de controle, depois concluídos pela atual administração.

De acordo com o ex-diretor, quando ele assumiu aparentemente todos os bichos tinham fichas, mas "havia certo descontrole" do acervo: parecia haver certa discordância entre os documentos e a realidade do zôo.

Em sua passagem, então, foi iniciada uma revisão geral. "Mas não posso vigiar tudo", afirmou, em referência a eventuais irregularidades praticadas pelos responsáveis pelo controle da entrada e saída de animais nos setores.

Segundo o ex-diretor, sua gestão iniciou, por exemplo, a chipagem do exemplares. Ele diz que trabalhou em conjunto com o atual diretor-presidente, Paulo Bressan, durante cinco meses, em 2001 --Bressan, até julho, só presidia o Conselho Superior do zôo.

Bressan confirma a parceria e o apoio que recebeu do antecessor. Perondini, porém, estava no cargo havia apenas dois anos. Em 1999, sucedera Adayr Mafuz Saliba, que já morreu.

O ex-diretor disse ainda não ter sido informado de nenhuma irregularidade ou de sumiço de bichos, por isso nenhuma sindicância foi aberta. "Se alguém estava desviando, não posso saber."

Perondini também avoca para a sua gestão o início da revisão de vários contratos, como o da sorveteria e o da bomboniere, este último "problemático e cancelado".

Ele confirma que um funcionário da Secretaria de Esportes, cujo nome não precisou, ficava no zôo, mas nega que ele interferisse em decisões administrativas.

Versão do ex-secretário

Secretário de Esportes à época, Marcos Arbaitman diz que "lembra vagamente" do funcionário que mantinha no local. "Eles que te digam quem é. Quem mandava era o conselho e o diretor", afirma. "Localiza ele [sic] para eu dar um abraço", disse ainda.

O ex-secretário frisou que o zôo tem autonomia em relação à pasta à qual está ligado, seja ela qual for. "Pela primeira vez soube dessa história de entreposto de animais", afirmou à reportagem, referindo-se ao narrado descontrole na entrada e saída de bichos. "Eu não soube à época que tivesse sumido uma só formiga."

Arbaitman nega que tenha indicado ao governador o nome de Marcelo Gutglas, presidente do Playcenter, para a presidência do Conselho Superior. Afirma, porém, ter apoiado o nome, porque Gutglas é "conhecido no ramo".

O ex-secretário sustentou ainda que o zoológico "tem de ser de pesquisa", mas disse que a secretaria poderia melhorar o estacionamento, a área de alimentação e a infra-estrutura turística.

Gutglas não se pronunciou sobre sua indicação para a presidência do Conselho Superior do zôo nem sobre os motivos pelos quais ficou tão pouco tempo no posto.

Presidente do órgão na gestão de Perondini, Elizabeth Hölfling diz que o conselho não tem a função de acompanhar o dia-a-dia do zôo, mas de discutir políticas para a instituição. "Os diretores é que sabem. O conselho não administra, ele é informado."

Ela nega que o conselho tenha sofrido algum tipo de pressão da secretaria. Flávio Fava de Moraes, que sucedeu Hölfling e antecedeu Gutglas, não foi localizado.

Elisson Zapparoli, presidente do Sindicato dos Empregados em Casas de Diversão de São Paulo, descarta a possibilidade de funcionários descontentes com os resultados da greve de 2003 terem usado veneno no parque.

Os trabalhadores reivindicavam 18,54% de reposição de perdas inflacionárias. Ganharam no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, que também considerou a greve legal, mas perderam quando a fundação recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho.

O biólogo Luís Sanfelippo não foi localizado pela reportagem. Funcionário do zôo por dez anos e ex-diretor da divisão de aves quando aconteceram diversos sumiços no setor, ele disse, em depoimento, que foi demitido por estar em "desacordo com a nova filosofia implantada", que não previa, diz ele, "medidas expressivas para combater o furto de animais" do zoológico.

Sanfelippo atribui o desaparecimento de bichos ao remanejamento de funcionários, o que, segundo ele, "desestabilizou as rotinas". Ele não soube citar o nome de nenhum trabalhador que tenha tido a função alterada pela nova administração.

Especial
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