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05/09/2000
-
19h29
CRISPIM ALVES
Coordenador de Cidades da Folha Online
Uma carta com supostas ameaças nazistas foi enviada nesta terça-feira para o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinício Petrelluzzi. Também hoje, um integrante da Anistia Internacional recebeu um pacote com uma bomba, desarmada pela polícia.
A mesma carta, com diversos palavrões e ameaças de "extermínio", foi entregue quase que simultaneamente a pelo menos dois jornalistas e aos presidentes das Comissões de Direitos Humanos da Câmara e da Assembléia de São Paulo, vereador Ítalo Cardoso e deputado estadual Renato Simões, ambos do PT.
No texto apócrifo (há uma menção apenas a "raça superior" e "skinheads"), as ameaças são feitas a defensores de homossexuais, negros, judeus e nordestinos. Os integrantes desses grupos também são ameaçados.
Para cada pessoa, a introdução da carta variava. Nos envelopes das cartas e do pacote-bomba, constava como remetente o endereço da Congregação Israelita Paulista. As correspondências foram postadas em diferentes agências dos Correios.
O secretário geral da congregação, Tomas Freund, disse que não sabe o motivo de o endereço da entidade ter sido colocado como remetente nas cartas.
Os supostos nazistas ameaçam "exterminar" os principais defensores dessas "sub-raças... para dar um exemplo de quem dominará o mundo. Escolhemos um de cada grupo para dar uma lição para servir de exemplo".
Por volta das 13h desta terça-feira, José Eduardo Bernardes da Silva, um dos coordenadores da Anistia Internacional em São Paulo, recebeu em seu apartamento, em Higienópolis, um pacote com uma bomba que tinha desenhos da suástica (símbolo do nazismo).
O artefato, que era feito com pólvora, foi desarmado por policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais, da Polícia Militar) no jardim do edifício onde mora o coordenador da Anistia Internacional. Ninguém ficou ferido.
O tenente Dorival Migananelli, do Gate, disse que a bomba, caso tivesse explodido, poderia matar várias pessoas.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança, a carta foi protocolada hoje no gabinete de Petrelluzzi. O secretário não chegou a lê-la, pois estava na Baixada Santista.
No texto, além das ofensas a homossexuais, negros, judeus e nordestinos, os supostos nazistas desafiam a polícia a prendê-los. "Não esqueça que temos proteção de gente muito poderosa. Não adianta querer proteger... o cara da anistia. Desta vez eles vão dançar. O que o Gradi vai fazer? Nos prender? Estamos com muito medo. Seus babacas", diz outro trecho.
O Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) é um grupo de inteligência da secretaria que investiga crimes de intolerância, como o racismo.
Ele foi criado este ano, após o assassinato do adestrador de cães Edson Neris da Silva, em 6 de fevereiro. Ele foi morto a socos e pontapés na praça da República, centro de São Paulo, por um grupo de skinheads conhecidos como "Carecas do ABC".
Segundo a carta, o suposto "extermínio" acontecerá na próxima quinta-feira, 7 de setembro (Dia da Independência). "Ficamos um tempo sem aparecer, pois estávamos nos organizando para, a partir do dia 7 de setembro, aproveitar a data para libertar o Brasil desses excrementos."
E-mail: crispimalves@uol.com.br
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Secretário da Segurança de SP recebe carta com ameaças nazistas
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Coordenador de Cidades da Folha Online
Uma carta com supostas ameaças nazistas foi enviada nesta terça-feira para o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinício Petrelluzzi. Também hoje, um integrante da Anistia Internacional recebeu um pacote com uma bomba, desarmada pela polícia.
A mesma carta, com diversos palavrões e ameaças de "extermínio", foi entregue quase que simultaneamente a pelo menos dois jornalistas e aos presidentes das Comissões de Direitos Humanos da Câmara e da Assembléia de São Paulo, vereador Ítalo Cardoso e deputado estadual Renato Simões, ambos do PT.
No texto apócrifo (há uma menção apenas a "raça superior" e "skinheads"), as ameaças são feitas a defensores de homossexuais, negros, judeus e nordestinos. Os integrantes desses grupos também são ameaçados.
Para cada pessoa, a introdução da carta variava. Nos envelopes das cartas e do pacote-bomba, constava como remetente o endereço da Congregação Israelita Paulista. As correspondências foram postadas em diferentes agências dos Correios.
O secretário geral da congregação, Tomas Freund, disse que não sabe o motivo de o endereço da entidade ter sido colocado como remetente nas cartas.
Os supostos nazistas ameaçam "exterminar" os principais defensores dessas "sub-raças... para dar um exemplo de quem dominará o mundo. Escolhemos um de cada grupo para dar uma lição para servir de exemplo".
Por volta das 13h desta terça-feira, José Eduardo Bernardes da Silva, um dos coordenadores da Anistia Internacional em São Paulo, recebeu em seu apartamento, em Higienópolis, um pacote com uma bomba que tinha desenhos da suástica (símbolo do nazismo).
O artefato, que era feito com pólvora, foi desarmado por policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais, da Polícia Militar) no jardim do edifício onde mora o coordenador da Anistia Internacional. Ninguém ficou ferido.
O tenente Dorival Migananelli, do Gate, disse que a bomba, caso tivesse explodido, poderia matar várias pessoas.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança, a carta foi protocolada hoje no gabinete de Petrelluzzi. O secretário não chegou a lê-la, pois estava na Baixada Santista.
No texto, além das ofensas a homossexuais, negros, judeus e nordestinos, os supostos nazistas desafiam a polícia a prendê-los. "Não esqueça que temos proteção de gente muito poderosa. Não adianta querer proteger... o cara da anistia. Desta vez eles vão dançar. O que o Gradi vai fazer? Nos prender? Estamos com muito medo. Seus babacas", diz outro trecho.
O Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) é um grupo de inteligência da secretaria que investiga crimes de intolerância, como o racismo.
Ele foi criado este ano, após o assassinato do adestrador de cães Edson Neris da Silva, em 6 de fevereiro. Ele foi morto a socos e pontapés na praça da República, centro de São Paulo, por um grupo de skinheads conhecidos como "Carecas do ABC".
Segundo a carta, o suposto "extermínio" acontecerá na próxima quinta-feira, 7 de setembro (Dia da Independência). "Ficamos um tempo sem aparecer, pois estávamos nos organizando para, a partir do dia 7 de setembro, aproveitar a data para libertar o Brasil desses excrementos."
E-mail: crispimalves@uol.com.br
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