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27/04/2004 - 19h54

Secretário vê falha de funcionários durante fuga no CDP do Belém

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CARLOS FERREIRA
da Folha Online

O secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, disse na tarde desta terça-feira que uma falha dos funcionários do CDP 1 (Centro de Detenção Provisória) do Belém, na zona leste da cidade, permitiu a fuga de seis presos na noite de ontem.

Os presos fugiram depois que um falso oficial de Justiça chegou à subportaria da unidade, mostrou um alvará de soltura e foi autorizado a entrar com o próprio carro, um Gol prata. Em seguida, pelo menos três homens armados com pistolas e uma metralhadora também entraram no local. Porém, não se sabe se eles estavam escondidos no porta-malas do carro ou se eles pularam um alambrado.

Todos entraram no carro, que saiu em alta velocidade com um preso. Os outros cinco presos fugiram a pé. Entre os fugitivos, quatro aguardavam julgamento por homicídio. O outro havia sido condenado a oito anos de prisão por roubo.

"Não há indícios de que houve facilitação de fuga, mas que houve uma falta de cuidado no momento em que se deixou o suposto oficial de Justiça entrar, sem dúvida houve. Primeiro que não é um horário habitual de se cumprir um alvará de soltura, e o alvará poderia ter sido deixado na subportaria sem que a pessoa entrasse no estabelecimento", disse.

Segundo Furukawa, o funcionário que estava na subportaria, que fica antes da portaria principal, disse ter revistado o carro do falso oficial. "Se esta versão for verdadeira, ele entrou sozinho, mas nós não sabemos ainda. Vamos investigar a versão dele. Se ele mentiu, ele foi conivente com a ação e será punido."

Câmeras

No momento da ação, 12 funcionários --sendo dois diretores-- estavam no CDP. Outros dois funcionários haviam saído, já que, um deles, havia passado mal e precisou ser levado para um hospital.

"Vamos conferir se a versão apresentada de que um deles estava doente. Mas tudo indica que sim, não há razão para desconfiar de que não estivesse", afirmou.

Onze funcionários foram rendidos pelo bando, à medida em que os homens entravam na cadeia. O outro funcionário se escondeu na sala de vídeo, que monitora por câmeras as dependências do CDP.

Segundo o secretário, este funcionário tentou avisar os outros quando viu, pelos monitores, a ação dos criminosos, mas voltou para a sala para evitar ser rendido.

As câmeras, porém, não ajudarão nas investigações, já que elas apenas monitoram os ambientes e não gravam. "Esse equipamento é dos CDPs antigos e não grava. Nós estamos modernizando."

Prevenção

O secretário afirmou que algumas medidas foram tomadas para evitar o tipo de resgate que aconteceu no CDP 1 do Belém. Entre elas está o não-recebimento de alvarás depois das 17h.

"Expedimos uma ordem de que nenhum oficial de Justiça entra além da subportaria depois das 17h. Estamos conversando com o juiz-corregedor para que ele também expeça uma ordem para os oficiais de Justiça para que eles não cumpram os mandados após este horário", afirmou.

Segundo Furukawa, "há uma ordem judicial de que os alvarás, embora não possam ser cumpridos à noite, devem ser recebidos pelo estabelecimento", disse.

No alvará utilizado pelo falso oficial de Justiça constava o nome de um preso, que estava em trânsito pelo CDP --ele era do CDP de Osasco. Porém, este homem não estava entre os fugitivos.
 

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