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06/09/2000 - 18h53

"Não vou desistir", diz militante da Anistia que sofreu atentado

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FABIANE LEITE
da Folha Online

O coordenador de desenvolvimento da Anistia Internacional em São Paulo José Eduardo Bernardes da Silva, 40, afirma que não desistira de atuar na entidade mesmo depois de ter sofrido um atentado ontem, em sua casa, supostamente de grupos neonazistas.

"Não vou desistir da causa. Isto mexe muito com o emocional, mas dá mais força ainda. Cada vez mais você acredita na cidadania. Vale a pena, o seu ideal cresce", disse chorando após reunião com o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinício Petrelluzzi, deputados e entidades de defesa dos Direitos Humanos ocorrida nesta tarde.

Em razão de uma norma da Anistia Internacional, Bernardes sairá de São Paulo e provavelmente deve passar um período no exterior.

A bomba foi desarmada pela polícia. Ao chegar em casa, Silva disse que encontrou um pacote, cujo formatou considerou estranho. O militante já vinha sofrendo ameaças desde o fim do ano passado, quando passou a representar a Anistia Internacional da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. "Foi sorte, eu desconfiei."

Silva fez apenas uma pequena abertura na caixa "suspeita" e enxergou fios. Imediatamente chamou a polícia. "Meu pai era policial militar. Não sou especialista no assunto, mas sempre tive contato com estas coisas", afirmou sobre a estratégia de furar o pacote antes de abrir.

Outro atentado a bomba ocorreu hoje, contra organizadores da Parada do orgulho gay. A bomba foi retirada da sede da entidade pela polícia e detonada.

O militante estava de férias e só havia voltado a sua casa por causa de uma consulta médica. "A casa da gente é um porto seguro. Mas eles bombardearam meu porto seguro", afirmou.

Desde o início das ameaças, Silva diz que perdeu uma namorada, que ficou com medo, e engordou. "É todo um stress, a vantagem é que tenho um suporte", disse. Silva diz que considera boa a atenção que a polícia vem lhe dedicando. "Eles tomaram todas as providências."

Segundo o militante, os policiais lhe orientaram para entrar em contato em caso de qualquer nova ameaça, mas não ofereceram proteção pessoal.

Silva diz que teme que os dois atentados sucessivos possam estimular outros.

Uma fita da secretária eletrônica de Silva foi entregue à polícia. Ela continha ameaças feitas ao militante há alguns meses.

Segundo Silva, as pessoas que lhe ameaçam falam Inglês e Alemão e parecem ter ótimo nível cultural.

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