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29/05/2004 - 22h00

Negociação com presos amotinados é interrompida no Rio

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da Folha Online e
da Folha de S. Paulo

A rebelião de detentos na Casa de Custódia de Benfica (zona norte do Rio) só deve ter um desfecho amanhã. A negociação com os amotinados foi suspensa nesta noite e só deve ser retomada na manhã do domingo. O fornecimento de água e luz foi cortado no local.

O motim começou por volta das 6h30 deste sábado, após uma frustrada tentativa de fuga em massa, e já deixou oito feridos, sendo cinco presos e três policiais, mas eles não correm risco de morte, segundo a PM.

Das 26 pessoas feitas reféns no início do conflito, só duas foram libertadas pelos amotinados até o momento. Os reféns são agentes penitenciários e PMs reformados que integram uma cooperativa de prestação de serviços de segurança na cadeia.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, 14 fugiram da cadeia, e três foram recapturados. Durante a manhã, moradores falavam em cerca de cem fugitivos.

Dois representantes do governo estadual lideraram durante o dia as negociações com os rebelados, mas foram suspensas por volta das 19h20 e só devem ser retomadas na manhã deste domingo, por volta das 8h.

Ação

A rebelião começou quando os presos tomaram as armas dos guardas e tentaram fugir por um dos portões da unidade. Os PMs que estavam nas guaritas perceberam a ação e tentaram impedir a fuga.

Houve intenso tiroteio. Alguns presos foram baleados, e outros conseguiram fugir. Na fuga, roubaram pelo menos três carros.

Alvo de tiros, um policial que estava em uma guarita chegou a pular de uma altura de mais de quatro metros sobre colchões colocados por colegas.

Os presos que não conseguiram escapar atearam fogo em colchões e abriram buracos nas paredes internas da prisão. Os amotinados são vinculados à facção criminosa Comando Vermelho.

Cerco e pânico

Há informações, não confirmadas pela PM, de que antes da fuga um grupo de homens armados com fuzis, em vários carros, trocaram tiros com os policiais das guaritas e facilitaram a ação dos presos.

A Casa de Custódia e as ruas próximas foram cercadas pelas polícias civil e militar. A cadeia fica em área residencial.

O tiroteio entre presos e policiais teve reflexo nas ruas adjacentes à Casa de Custódia. Pelo menos três casas, um carro e o telhado de um bar foram atingidos por tiros trazendo pânico aos moradores.

Protesto

Parentes de presos fazem orações e reclamam da falta de informações oficiais sobre a situação na cadeia. Em protesto, Cláudia Regina Vieira, 37, mãe de um preso chegou a tirar parte da roupa.

Inaugurada há três meses, a Casa de Custódia abrigava, antes da fuga, cerca de 900 presos. O local tem capacidade para 1.300 pessoas.

No mesmo prédio fica a carceragem do Ponto Zero, que abriga os presos com curso superior, como o ex-deputado Sergio Naya, o fiscal Rodrigo Silveirinha Corrêa e outros envolvidos no escândalo do Propinoduto.
 

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