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31/05/2004
-
19h45
da Folha Online
Os rebelados na Casa de Custódia de Benfica (zona norte do Rio) libertaram sete dos 21 reféns. A liberação ocorreu após o pastor evangélico Marcos Pereira dos Santos chegar ao local para participar das negociações --uma das exigências dos amotinados. A rebelião começou no sábado, após a fuga de um grupo de presos.
No domingo, o agente penitenciário Marco Antonio Borgati, 43, que era mantido refém, foi morto com um tiro nas costas pelos presos ao tentar fugir, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários.
Entre as exigências dos rebelados estão a garantia de integridade física e a transferência de cerca de 170 integrantes do TC (Terceiro Comando).
Um dos negociadores, o deputado Geraldo Moreira, da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, afirma que os presos estão prontos para a revista que será feita na unidade pelos policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Rebelião
O motim começou por volta das 6h30 de sábado, com uma tentativa frustrada de fuga em massa. Segundo a polícia, 17 presos fugiram e três foram recapturados.
Policiais disseram, informalmente, que a fuga contou com o apoio de traficantes da favela Parque Arará, que fica atrás do presídio.
Dois veículos esperavam os presos fora da Casa de Custódia de Benfica. Outros três veículos foram roubados nas imediações da unidade.
Inaugurada há três meses, a Casa de Custódia abrigava, antes da fuga, cerca de 900 presos. O local tem capacidade para 1.300 pessoas.
Cautela
O governo do Estado do Rio afirma que está investigando se houve conivência de funcionários para facilitar a fuga. A governadora Rosinha Matheus (PMDB) determinou cautela e afirmou que quer esgotar todas as possibilidades de negociação.
"Precisamos agir com cautela porque há reféns e não podemos colocar em risco a vida de inocentes", disse.
Rosinha rebateu declarações do secretário da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, de que o local onde foi instalada a Casa de Custódia não é seguro. A governadora afirma que foram tomadas medidas de segurança para que a unidade recebesse os presos.
"As paredes internas são revestidas de chapas de aço. O local é seguro", disse a governadora.
Os presos abriram buracos nas paredes da cadeia, cuja qualidade da construção está sendo questionada pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários.
Mortes
A secretaria informou que não está descartada a possibilidade de outras pessoas já terem sido mortas pelos rebelados.
Há informações, não confirmadas, de que presos vinculados às facções criminosas TCP (Terceiro Comando Puro) e ADA (Amigos dos Amigos) foram assassinados dentro da carceragem por detentos que fazem parte do CV (Comando Vermelho), líderes da rebelião.
O preso identificado como Wescley disse aos jornalistas, por telefone celular, na noite de domingo, que não havia outros mortos dentro da carceragem.
Armas
Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, deputado estadual Geraldo Moreira (PSB), os presos estão com fuzis, pistolas e escopetas. Mesmo com a luz e a água da unidade cortadas, os amotinados não cogitam se entregar.
Durante o domingo, os presos exibiram várias faixas. Em uma delas disseram que haveria uma rebelião no complexo penitenciário de Bangu (zona oeste) e pediram a transferência de presos de outras facções. "A próxima vai ser em Bangu. Tirem os alemão [inimigos] da cadeia. Água e óleo não se misturam", dizia uma faixa.
Com Folha de S.Paulo, no Rio e com Agência Brasil
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No domingo, o agente penitenciário Marco Antonio Borgati, 43, que era mantido refém, foi morto com um tiro nas costas pelos presos ao tentar fugir, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários.
Entre as exigências dos rebelados estão a garantia de integridade física e a transferência de cerca de 170 integrantes do TC (Terceiro Comando).
Um dos negociadores, o deputado Geraldo Moreira, da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, afirma que os presos estão prontos para a revista que será feita na unidade pelos policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Rebelião
O motim começou por volta das 6h30 de sábado, com uma tentativa frustrada de fuga em massa. Segundo a polícia, 17 presos fugiram e três foram recapturados.
Policiais disseram, informalmente, que a fuga contou com o apoio de traficantes da favela Parque Arará, que fica atrás do presídio.
Dois veículos esperavam os presos fora da Casa de Custódia de Benfica. Outros três veículos foram roubados nas imediações da unidade.
Inaugurada há três meses, a Casa de Custódia abrigava, antes da fuga, cerca de 900 presos. O local tem capacidade para 1.300 pessoas.
Cautela
O governo do Estado do Rio afirma que está investigando se houve conivência de funcionários para facilitar a fuga. A governadora Rosinha Matheus (PMDB) determinou cautela e afirmou que quer esgotar todas as possibilidades de negociação.
"Precisamos agir com cautela porque há reféns e não podemos colocar em risco a vida de inocentes", disse.
Rosinha rebateu declarações do secretário da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, de que o local onde foi instalada a Casa de Custódia não é seguro. A governadora afirma que foram tomadas medidas de segurança para que a unidade recebesse os presos.
"As paredes internas são revestidas de chapas de aço. O local é seguro", disse a governadora.
Os presos abriram buracos nas paredes da cadeia, cuja qualidade da construção está sendo questionada pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários.
Mortes
A secretaria informou que não está descartada a possibilidade de outras pessoas já terem sido mortas pelos rebelados.
Há informações, não confirmadas, de que presos vinculados às facções criminosas TCP (Terceiro Comando Puro) e ADA (Amigos dos Amigos) foram assassinados dentro da carceragem por detentos que fazem parte do CV (Comando Vermelho), líderes da rebelião.
O preso identificado como Wescley disse aos jornalistas, por telefone celular, na noite de domingo, que não havia outros mortos dentro da carceragem.
Armas
Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, deputado estadual Geraldo Moreira (PSB), os presos estão com fuzis, pistolas e escopetas. Mesmo com a luz e a água da unidade cortadas, os amotinados não cogitam se entregar.
Durante o domingo, os presos exibiram várias faixas. Em uma delas disseram que haveria uma rebelião no complexo penitenciário de Bangu (zona oeste) e pediram a transferência de presos de outras facções. "A próxima vai ser em Bangu. Tirem os alemão [inimigos] da cadeia. Água e óleo não se misturam", dizia uma faixa.
Com Folha de S.Paulo, no Rio e com Agência Brasil
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