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07/09/2000 - 18h52

Assassinato da diretora do Bangu 1 tem quatro suspeitos

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da Folha de S. Paulo
no Rio de Janeiro

O secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, disse que há pelo menos quatro pessoas envolvidas no assassinato da diretora do presídio Bangu 1, Sidneya Santos de Jesus, na segunda-feira.

"São dois executores e um mandante. Há uma quarta pessoa, e podemos chegar a uma quinta", afirmou Quintal, sem revelar a identidade dos suspeitos.

O secretário não quis confirmar nem mesmo se há agentes penitenciários ou soldados da Polícia Militar envolvidos no crime. Disse que, até agora, ninguém foi afastado dos cargos para não atrapalhar as investigações.

A polícia investiga a hipótese de que o mandante do crime seja o sequestrador Cláudio Roberto Moreira Pacheco, o Sussuquinha, preso em Bangu 1. Em 1997, a diretora do presídio descobriu e anulou um plano de fuga dele.

Outro suspeito é Cassio Monteiro Neves, atual chefe do tráfico no morro da Mangueira (zona norte), preso desde sexta-feira. Ele é parente de Magno Fernando Soeiro Tatagiba e Francisco Testa Monteiro, o Tuxinha, ex-chefes de tráfico no morro, presos em Bangu 1.

Uma acusação contra Tuxinha chegou ao Disque-Denúncia, serviço que recebe informações anônimas sobre crimes no Rio.

Vectra

Ontem à noite, a polícia encontrou no morro do Dendê, na Ilha do Governador (zona norte) - mesmo bairro em que Sidneya morava e foi assassinada -, um Vectra que teria sido usado no crime.

A Ilha do Governador é até hoje controlada pelo traficante Romildo Costa, o Miltinho do Dendê, também preso em Bangu 1. Ele poderia ter ajudado na operacionalização do assassinato da diretora.

A diretora de Bangu 1 foi morta com três tiros quando chegava em casa. Considerada linha-dura na administração, vinha cortando privilégios dos presos e atrapalhando os "negócios" entre eles e os agentes - prática que desagradou aos dois lados.

Por isso existem suspeitas tanto sobre agentes como sobre criminosos detidos em Bangu 1.

A morte da diretora provocou uma crise nos presídios. Os agentes fizeram ontem um dia de greve, e o governo teve de intervir nos presídios com a Polícia Militar.

"O governo trabalha para dar encaminhamento a todas essas reivindicações dos agentes, que devem ser redigidas todas num documento", afirmou Quintal.

O secretário participou hoje de uma visita ao morro do Pereirão, em Laranjeiras (zona sul), em companhia da ministra Marjorie Mowlam, integrante do gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.

A Polícia Militar realiza uma ocupação social no morro desde o ano passado e inicia, na semana que vem, trabalho semelhante em outros morros da zona sul, como o complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo.

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