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04/06/2004 - 20h28

Acusado da matar casal Staheli diz que confessou crime sob tortura

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VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
da Follha de S.Paulo, no Rio

Em depoimento nesta sexta-feira na 29ª Vara Criminal do Rio, o caseiro Jossiel Conceição dos Santos, 20, acusado de matar o casal Zera Todd e Michelle Staheli no ano passado, afirmou que confessou o crime coagido sob tortura policial. Desde que foi preso, em 1º de abril, Santos já havia apresentado cinco versões para o caso.

Por considerar o réu "uma pessoa no mínimo sugestionável", a juíza Maria Teresa Donatti determinou que Santos faça exame de sanidade mental. O laudo deve ficar pronto em 60 dias. Ela negou pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público afirmando "não haver elementos que possam embasar a decisão".

No depoimento, Santos disse que suas roupas em que testes de DNA detectaram presença de sangue de Michelle Staheli foram adquiridas depois do crime. Ele afirmou à Justiça que todas as roupas que possui foram apreendidas pela polícia em sua casa e na casa em que trabalhava, no mesmo condomínio em que morava o casal, na Barra da Tijuca (zona oeste). Disse que atualmente só tem duas peças, as que vestia no momento.

Agressão

Nesta sexta-feira, o caseiro sustentou a versão, apresentada a defensores públicos, de que foi agredido por policiais para confessar o crime, e declarou que as explicações anteriores não eram verdadeiras. A polícia nega a tortura.

Segundo Santos, ele foi agredido com socos no peito na delegacia da Barra da Tijuca e não teve direito a ligar para a família. Depois, teria sido torturado por quatro homens na sede da Polícia Civil, no centro do Rio, com uma lata de lixo de aço na cabeça, constantemente golpeada.

"Quando eu falava que não era eu [o assassino], eles [os policiais] começavam a bater", declarou à juíza.

O Tribunal de Justiça do Rio decidiu que o caseiro seja julgado por latrocínio (roubo seguido de morte), e não mais por duplo homicídio. A pena inicial para latrocínio é de 20 anos, e a de homicídio, 12. Com a medida, Santos está sendo julgado numa vara criminal comum, e não mais no 4º Tribunal do Júri.

Versões

No início de abril, questionado pelo secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, diante de jornalistas, Santos confessou ter matado o casal com um pé-de-cabra. O motivo seria vingança, porque Todd Staheli o teria chamado de "crioulo".

Dias depois, o caseiro negou ser o autor do crime. Disse que teria apenas facilitado a entrada dos assassinos na casa dos Staheli. Ele receberia R$ 40 mil de dois homens. Passados alguns dias, afirmou que receberia apenas R$ 7.000 mil dos supostos assassinos.

Em meados de abril, na presença da ex-patroa, a orientadora pedogógica Luci Malta, Santos voltou a dizer que matou o casal. Ele teria fornecido, segundo a Secretaria de Segurança, detalhes de como teria cometido o crime e de objetos que estavam na casa das vítimas.

Especial
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