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08/09/2000 - 13h26

Anistia faz comunicado mundial e cobra providências contra atentados

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FABIANE LEITE
da Folha Online

A Anistia Internacional fez ontem um comunicado mundial por meio de seu secretariado em Londres determinando uma ação urgente de seus membros em favor das pessoas que integram entidades defensoras do Direitos Humanos e que estão sendo ameaçadas por grupos neonazistas em São Paulo.

No comunicado, a entidade volta a fazer críticas sobre a atuação do Governo Federal e especialmente da Polícia de São Paulo na apuração dos casos de ameaças.

Javier Zúñiga , diretor do programa das Américas da Anistia Internacional já havia feito crítica sobre as investigações após atentados à bomba feitos por neonazistas nesta semana em São Paulo.

No comunicado, a Anistia aponta que as investigações da polícia de São Paulo fracassaram e que a proteção às pessoas ameaçadas é limitada. "A Anistia Internacional acredita que o fracasso da investigação oficial deixou todos os ameaçados em grave perigo", diz o texto.

O comunicado da ação urgente é repassado pela secretaria internacional à todas as seções nacionais do órgão quando existem casos de violação dos Direitos Humanos. No comunicado, são dados detalhes sobre o caso.

As seções nacionais repassam o comunicado aos membros da entidade, que são estimulados a enviar cartas às autoridades cobrando providências e proteção às pessoas ameaçadas. Membros da Anistia dos EUA, Alemanha, Bélgica, Holanda e Japão são os que mais costumam cobrar as autoridades, segundo a assessoria de imprensa da entidade.

Desconfiança

Na terça-feira (5), o coordenador de Desenvolvimento da Anistia, José Bernardes da Silva, recebeu uma bomba em sua casa, que trazia ameaças assinadas por um grupo de skinheads, que têm ideologia neonazista e pregam contra minorias.

Silva já vinha sendo ameaçado por skinheads desde o ano passado, depois que passou a representar a Anistia na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo. Ele foi transferido para Porto Alegre, mas mesmo assim continuou recebendo ameaças, o que fez a entidade desconfiar de que a polícia pudesse ter passado informações aos neonazistas.

No comunicado, a Anistia volta a expressar desconfiança de que polícia tenha passado informações aos autores das ameaças sobre o paradeiro de Silva.

Na quarta-feira (6), uma bomba, também com texto ameaçador, foi enviada a organizadores da parada do Orgulho Gay, em São Paulo.

As duas bombas foram interceptadas pela polícia e ninguém ficou ferido.

Outros grupos defensores dos Direitos Humanos, como a associação Tortura Nunca Mais, a Acat (Associação Cristão de Combate à Tortura) também receberam cartas ameaçadoras dos skinheads.

O deputado estadual Renato Simões e o vereador Ítalo Cardoso, ambos do PT e presidentes de comissões de defesa dos Direitos Humanos, também receberam ameaças.

O comunicado recomenda que a ação em urgente seja em prol de todas estas pessoas ameaçadas. Pede ainda que sejam enviadas cartas até o dia 19 de outubro ao presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, ao Ministro da Justiça, José Gregori, ao governador do Estado de São Paulo, Mário Covas e ao secretário de Segurança Pública do Estado, Marco Vinício Petreluzzi cobrando providências.

Leia mais:

  • 13h29 Veja o comunicado mundial da Anistia sobre atentados em SP


  • Clique aqui para ler mais notícias sobre as ameaças nazistas em São Paulo

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