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08/09/2000
-
13h29
da Folha Online
AÇÃO URGENTE AÇÃO URGENTE AÇÃO URGENTE
TEMOR PELA SEGURANÇA
Eduardo Bernardes da Silva, funcionário da Anistia Internacional
Grupos de direitos humanos e de direitos dos gays em São Paulo, incluindo Tortura Nunca Mais, ACAT e Associação da Parada GLBT
Renato Simões e Ítalo Cardoso, políticos conhecidos por seu trabalho em defesa dos direitos humanos
B R A S I L
Um grupo neonazista enviou pacotes-bomba para a casa do funcionário da Anistia Internacional em São Paulo, Eduardo Bernardes da Silva, e para os organizadores da Parada do Orgulho Gay. O grupo também escreveu para políticos proeminentes, ameaçando "exterminar" certos grupos minoritários e aqueles que defendem os direitos desses grupos. A Anistia Internacional está preocupada com a segurança das pessoas ameaçadas pelo grupo.
Eduardo Bernardes da Silva recebeu um pacote suspeito em sua casa, em São Paulo, em 5 de setembro. Ele o abriu parcialmente e encontrou um dispositivo coberto de suásticas. A polícia confirmou que era uma bomba e a destruiu numa explosão controlada.
No dia seguinte, uma bomba similar foi enviada, aparentemente pelo mesmo grupo, à sede da Associação da Parada GLBT, que anualmente organiza a Parada do Orgulho Gay.
Em 5 de setembro, o grupo neonazista também enviou cartas a dois destacados membros de comissões de direitos humanos de São Paulo, Renato Simões e Ítalo Cardoso, ameaçando "exterminar" gays, judeus, negros e nordestinos (pessoas oriundas da empobrecida Região Nordeste do Brasil), assim como aqueles que procuram proteger os direitos dessas pessoas. O grupo disse que pretendia atacar diversas organizações de direitos humanos no dia da Independência do Brasil, 7 de setembro, ou em torno desse dia. Entre as organizações ameaçadas, estão o Grupo Tortura Nunca Mais, a Action by Christians Against Torture (ACAT), a Anistia Internacional e grupos de gays e lésbicas. Consta que uma carta dizia: "Não esqueça que temos proteção de gente muito poderosa... O que o GRADI vai fazer? Nos prender? Estamos com muito medo. Seus babacas."
É a segunda vez que a Anistia Internacional em São Paulo recebe um ataque neonazista à bomba. Em 27 de setembro de 1999, um grupo auto-intitulado Frente Anti-Caus (FAC), colocou uma bomba no escritório da organização em São Paulo (ver AU 157/00, AMR 19/11/00, de 13 de junho de 2000). Uma carta estava presa à bomba, atacando o trabalho da organização em defesa dos gays e negros. Depois disso, Eduardo Bernardes da Silva começou a receber ameaças por telefone e, uma vez, um carro tentou jogar sua motocicleta para fora da avenida quando ele se dirigia para casa.
Apesar de ter ficado fora de São Paulo por longos períodos, Eduardo Bernardes da Silva continuou a receber ameaças de morte, por exemplo, quando ele foi temporariamente transferido para o escritório da Anistia Internacional em Porto Alegre. Em 23 de junho de 2000, a Anistia Internacional escreveu ao Ministro da Justiça do Brasil, pedindo a intervenção das autoridades federais e expressando preocupação com as alegações de que a polícia havia informado ao grupo neonazista onde estava Eduardo Bernardes da Silva. A Anistia Internacional não recebeu resposta oficial do Ministro da Justiça.
Uma unidade policial criada recentemente para crimes de ódio, o Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância (GRADI), está responsável pelo caso. Entretanto, a investigação do GRADI não conseguiu qualquer resultado positivo e a proteção para as pessoas em risco tem sido extremamente limitada. A Anistia Internacional acredita que o fracasso da investigação oficial deixou todos os ameaçados em grave perigo.
AÇÃO RECOMENDADA ADICIONAL: Por favor, enviem fax, cartas expressas ou cartas aéreas em português:
- expressando grande preocupação com a segurança de todos os ativistas de direitos humanos em São Paulo, particularmente aqueles que trabalham com a comunidade negra, judaica, gay ou nordestina;
- solicitando que as autoridades garantam a segurança de todas as pessoas ameaçadas, com a concordância delas;
- expressando preocupação com o falta de respostas adequadas por parte das autoridades à campanha de ameaças de morte contra representantes da Anistia Internacional e de outros grupos;
- solicitando uma investigação efetiva e imediata sobre os recentes pacotes-bomba e ameaças de morte, assim como sobre a continuada campanha de ódio contra a Anistia Internacional e outros grupos, com resultados divulgados publicamente e com os responsáveis sendo levados à Justiça.
APELOS PARA:
Exmo. Sr. Fernando Henrique Cardoso
Presidente da República Federativa do Brasil
Gabinete do Presidente
Palácio do Planalto, 3º andar
70150-900 - Brasília - DF
Brasil
Tratamento: Exmo. Sr. Presidente / Vossa Excelência
Fax: + 55 61 411 2222/411 2243
Exmo. Sr. José Gregori
Ministro da Justiça do Brasil
Ministério da Justiça
Esplanada dos Ministérios, Bloco 23
70064-900 - Brasília - DF
Brasil
Tratamento: Exmo. Sr. Ministro / Vossa Excelência
Fax: + 55 61 224 2448/322 6817
Exmo. Sr. Marco Vinicio Petrelluzzi
Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo
Secretaria de Segurança Pública
Av. Higienópolis, 758 - Higienópolis
01238-000 - São Paulo - SP
Brasil
Tratamento: Exmo. Sr. Secretário / Vossa Excelência
Fax: + 55 11 3823 5708
Exmo. Sr. Mário Covas
Governador do Estado de São Paulo
Palácio dos Bandeirantes
Av Morumbi, 4500 - Morumbi
05698-900 - São Paulo - SP
Brasil
Tratamento: Exmo. Sr. Governador / Vossa Excelência
Fax: + 55 11 3745 3301
CÓPIAS PARA:
Deputado Renato Simões
Comissão de Direitos Humanos
Palácio 9 de Julho
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, 2º Andar - Salas 2016/2158
04097-900 - São Paulo - SP
Brasil
E para a representação diplomática do Brasil em seu país.
FAVOR ENVIAR OS APELOS IMEDIATAMENTE.
Data limite para envio: 19 de outubro de 2000.
Clique aqui para ler mais notícias sobre as ameaças nazistas em São Paulo
Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online
Veja o comunicado mundial da Anistia sobre atentados em SP
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AÇÃO URGENTE AÇÃO URGENTE AÇÃO URGENTE
TEMOR PELA SEGURANÇA
Eduardo Bernardes da Silva, funcionário da Anistia Internacional
Grupos de direitos humanos e de direitos dos gays em São Paulo, incluindo Tortura Nunca Mais, ACAT e Associação da Parada GLBT
Renato Simões e Ítalo Cardoso, políticos conhecidos por seu trabalho em defesa dos direitos humanos
B R A S I L
Um grupo neonazista enviou pacotes-bomba para a casa do funcionário da Anistia Internacional em São Paulo, Eduardo Bernardes da Silva, e para os organizadores da Parada do Orgulho Gay. O grupo também escreveu para políticos proeminentes, ameaçando "exterminar" certos grupos minoritários e aqueles que defendem os direitos desses grupos. A Anistia Internacional está preocupada com a segurança das pessoas ameaçadas pelo grupo.
Eduardo Bernardes da Silva recebeu um pacote suspeito em sua casa, em São Paulo, em 5 de setembro. Ele o abriu parcialmente e encontrou um dispositivo coberto de suásticas. A polícia confirmou que era uma bomba e a destruiu numa explosão controlada.
No dia seguinte, uma bomba similar foi enviada, aparentemente pelo mesmo grupo, à sede da Associação da Parada GLBT, que anualmente organiza a Parada do Orgulho Gay.
Em 5 de setembro, o grupo neonazista também enviou cartas a dois destacados membros de comissões de direitos humanos de São Paulo, Renato Simões e Ítalo Cardoso, ameaçando "exterminar" gays, judeus, negros e nordestinos (pessoas oriundas da empobrecida Região Nordeste do Brasil), assim como aqueles que procuram proteger os direitos dessas pessoas. O grupo disse que pretendia atacar diversas organizações de direitos humanos no dia da Independência do Brasil, 7 de setembro, ou em torno desse dia. Entre as organizações ameaçadas, estão o Grupo Tortura Nunca Mais, a Action by Christians Against Torture (ACAT), a Anistia Internacional e grupos de gays e lésbicas. Consta que uma carta dizia: "Não esqueça que temos proteção de gente muito poderosa... O que o GRADI vai fazer? Nos prender? Estamos com muito medo. Seus babacas."
É a segunda vez que a Anistia Internacional em São Paulo recebe um ataque neonazista à bomba. Em 27 de setembro de 1999, um grupo auto-intitulado Frente Anti-Caus (FAC), colocou uma bomba no escritório da organização em São Paulo (ver AU 157/00, AMR 19/11/00, de 13 de junho de 2000). Uma carta estava presa à bomba, atacando o trabalho da organização em defesa dos gays e negros. Depois disso, Eduardo Bernardes da Silva começou a receber ameaças por telefone e, uma vez, um carro tentou jogar sua motocicleta para fora da avenida quando ele se dirigia para casa.
Apesar de ter ficado fora de São Paulo por longos períodos, Eduardo Bernardes da Silva continuou a receber ameaças de morte, por exemplo, quando ele foi temporariamente transferido para o escritório da Anistia Internacional em Porto Alegre. Em 23 de junho de 2000, a Anistia Internacional escreveu ao Ministro da Justiça do Brasil, pedindo a intervenção das autoridades federais e expressando preocupação com as alegações de que a polícia havia informado ao grupo neonazista onde estava Eduardo Bernardes da Silva. A Anistia Internacional não recebeu resposta oficial do Ministro da Justiça.
Uma unidade policial criada recentemente para crimes de ódio, o Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância (GRADI), está responsável pelo caso. Entretanto, a investigação do GRADI não conseguiu qualquer resultado positivo e a proteção para as pessoas em risco tem sido extremamente limitada. A Anistia Internacional acredita que o fracasso da investigação oficial deixou todos os ameaçados em grave perigo.
AÇÃO RECOMENDADA ADICIONAL: Por favor, enviem fax, cartas expressas ou cartas aéreas em português:
- expressando grande preocupação com a segurança de todos os ativistas de direitos humanos em São Paulo, particularmente aqueles que trabalham com a comunidade negra, judaica, gay ou nordestina;
- solicitando que as autoridades garantam a segurança de todas as pessoas ameaçadas, com a concordância delas;
- expressando preocupação com o falta de respostas adequadas por parte das autoridades à campanha de ameaças de morte contra representantes da Anistia Internacional e de outros grupos;
- solicitando uma investigação efetiva e imediata sobre os recentes pacotes-bomba e ameaças de morte, assim como sobre a continuada campanha de ódio contra a Anistia Internacional e outros grupos, com resultados divulgados publicamente e com os responsáveis sendo levados à Justiça.
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Exmo. Sr. Fernando Henrique Cardoso
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Tratamento: Exmo. Sr. Presidente / Vossa Excelência
Fax: + 55 61 411 2222/411 2243
Exmo. Sr. José Gregori
Ministro da Justiça do Brasil
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Fax: + 55 11 3823 5708
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Fax: + 55 11 3745 3301
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