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17/06/2004
-
16h29
CAIO MAIA
da Folha Online
Uma audiência pública organizada pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos, ligado à Arquidiocese de São Paulo, debateu, na manhã desta quinta-feira, a violência policial e os problemas que os moradores da região têm enfrentado com a Polícia Militar no Parque Novo Mundo (zona norte).
No último dia 15 de maio, policiais militares mataram uma mulher que fazia compras em um mercado do bairro. Segundo o acusado de ter atirado, a arma disparou acidentalmente. Na semana passada, 15 PMs foram presos administrativamente sob suspeita de fazer ameaças e de espancar moradores da região.
Nesta quinta, vítimas e parentes relataram as ações policiais que teriam ocorrido no bairro. Também participaram da audiência, além de lideranças comunitárias, congressistas, representantes de diversas secretarias, o ouvidor da Polícia Militar, Itajiba Farias Ferreira Cravo, o secretário-adjunto da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Mário Mamede, além de representantes das corregedorias da PM e da Polícia Civil.
Emoção
A audiência foi aberta por vítimas e parentes de vítimas de violência. Emocionados, eles relataram casos de extorsões, invasões de domicílio, prisões forjadas e assassinatos atribuídos à PM.
M.L.H. 48, precisou começar três vezes para conseguir contar a história de sua prisão, junto com o marido e com o genro, por seis meses. Acusada de tráfico, ela disse que a prisão foi forjada. Semanas antes, ela havia denunciado violências praticadas por PMs. Sentença da 25ª Vara Criminal de São Paulo inocentou a família.
Também emocionada, outra moradora do Parque Novo Mundo não conseguiu terminar de contar a história de seu filho de 16 anos, morto por policiais. Apesar da forte emoção, todos respeitaram o limite de cinco minutos para expor seus casos, determinado pelos organizadores.
Os políticos presentes discursaram por mais tempo. Com isso, das mais de 200 pessoas que estavam no local do encontro quando o último morador terminou de falar, apenas cerca de 30 esperaram até o final da audiência.
Discursos
Os discursos das autoridades foram todos na mesma linha. Eles afirmaram que a "parte ruim" da polícia não pode estragar o todo, e que o estado de direito depende de uma polícia que cumpra as leis.
O secretário da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, apesar de convidado, não apareceu nem enviou representante. O deputado petista Orlando Fantazzini, presente à audiência, fez duras críticas a Abreu, que foi pré-candidato do PSDB à sucessão da prefeita Marta Suplicy (PT), e chegou a pedir sua substituição.
Os corregedores das polícias não falaram. No final, apesar da emoção do início, a sala já estava vazia. Nenhuma proposta de ação foi apresentado pelos políticos e autoridades presentes, apesar de todos terem elogiado a coragem da comunidade de reagir à violência.
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da Folha Online
Uma audiência pública organizada pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos, ligado à Arquidiocese de São Paulo, debateu, na manhã desta quinta-feira, a violência policial e os problemas que os moradores da região têm enfrentado com a Polícia Militar no Parque Novo Mundo (zona norte).
No último dia 15 de maio, policiais militares mataram uma mulher que fazia compras em um mercado do bairro. Segundo o acusado de ter atirado, a arma disparou acidentalmente. Na semana passada, 15 PMs foram presos administrativamente sob suspeita de fazer ameaças e de espancar moradores da região.
Nesta quinta, vítimas e parentes relataram as ações policiais que teriam ocorrido no bairro. Também participaram da audiência, além de lideranças comunitárias, congressistas, representantes de diversas secretarias, o ouvidor da Polícia Militar, Itajiba Farias Ferreira Cravo, o secretário-adjunto da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Mário Mamede, além de representantes das corregedorias da PM e da Polícia Civil.
Emoção
A audiência foi aberta por vítimas e parentes de vítimas de violência. Emocionados, eles relataram casos de extorsões, invasões de domicílio, prisões forjadas e assassinatos atribuídos à PM.
M.L.H. 48, precisou começar três vezes para conseguir contar a história de sua prisão, junto com o marido e com o genro, por seis meses. Acusada de tráfico, ela disse que a prisão foi forjada. Semanas antes, ela havia denunciado violências praticadas por PMs. Sentença da 25ª Vara Criminal de São Paulo inocentou a família.
Também emocionada, outra moradora do Parque Novo Mundo não conseguiu terminar de contar a história de seu filho de 16 anos, morto por policiais. Apesar da forte emoção, todos respeitaram o limite de cinco minutos para expor seus casos, determinado pelos organizadores.
Os políticos presentes discursaram por mais tempo. Com isso, das mais de 200 pessoas que estavam no local do encontro quando o último morador terminou de falar, apenas cerca de 30 esperaram até o final da audiência.
Discursos
Os discursos das autoridades foram todos na mesma linha. Eles afirmaram que a "parte ruim" da polícia não pode estragar o todo, e que o estado de direito depende de uma polícia que cumpra as leis.
O secretário da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, apesar de convidado, não apareceu nem enviou representante. O deputado petista Orlando Fantazzini, presente à audiência, fez duras críticas a Abreu, que foi pré-candidato do PSDB à sucessão da prefeita Marta Suplicy (PT), e chegou a pedir sua substituição.
Os corregedores das polícias não falaram. No final, apesar da emoção do início, a sala já estava vazia. Nenhuma proposta de ação foi apresentado pelos políticos e autoridades presentes, apesar de todos terem elogiado a coragem da comunidade de reagir à violência.
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