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13/07/2004 - 02h43

Poluição em SP pode custar R$ 16 bi até 2020

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MARIANA VIVEIROS
da Folha de S.Paulo

Até 2020, a poluição do ar na Grande São Paulo deverá causar aos cofres públicos, e conseqüentemente aos contribuintes, um prejuízo estimado em cerca de R$ 16 bilhões (US$ 5 bilhões) --um montante que é nove vezes o orçamento deste ano da Secretaria da Saúde da capital paulista.

É isso o que o Sistema Único de Saúde (SUS) deverá gastar para tratar adultos, idosos e crianças com doenças causadas ou agravadas por substâncias nocivas lançados na atmosfera e o que a região metropolitana perderá em produtividade por mortes em decorrência desses problemas.



O valor corresponde a 21 mil visitas a hospitais por pessoas com mais de 44 anos com complicações cardiovasculares; cerca de 9.000 internações de maiores de 64 anos e menores de três anos por doenças respiratórias; e pouco mais de 30 mil mortes de idosos e crianças menores de cinco anos por um dos problemas.

Entre 1997 e 2000, foram registradas na Grande São Paulo, ao todo, 63 mil mortes e 83 mil internações por doenças respiratórias e cardiovasculares --nem todas ligadas à poluição atmosférica.

Para evitar as perdas de vidas e de recursos, é preciso, nos próximos 15 anos, implementar ao menos quatro políticas de redução de emissões: a inspeção veicular ambiental; a integração do transporte coletivo metropolitano, com expansão do metrô (previstos no Pitu, o Plano Integrado de Transporte Urbano, do governo estadual); a substituição, na indústria, do diesel e do óleo por gás natural; e a melhoria da qualidade do diesel combustível e do controle de poluição nos caminhões.

O alerta e a receita são dados pela versão para a Grande São Paulo do estudo "Estratégias Ambientais Integradas", financiado pela EPA (agência ambiental norte-americana) e aplicado também nas regiões metropolitanas de Buenos Aires, Cidade do México, Santiago (Chile), entre outras.

No Brasil, a pesquisa teve a participação da Cetesb (agência ambiental paulista), da Faculdade de Medicina e do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A coordenação foi do Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos Estados Unidos.

Os resultados foram apresentados ontem, num seminário que integra a Iniciativa Ar Limpo, do Banco Mundial. Mostrar o peso no "bolso" da falta de políticas de controle de poluição foi a maneira encontrada para sensibilizar o poder público para a questão, afirma Flavio Cotrim Pinheiro, que liderou o grupo de pesquisadores.

"E as estimativas de custo são conservadoras porque se restringem à rede pública e aos efeitos agudos [imediatos] da poluição", diz Alfésio Braga, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP. Não levam em conta, por falta de estudos científicos nacionais que sirvam de base, as conseqüências a longo prazo da exposição diária ao ar poluído.

O estudo fez projeções para 2020 dos efeitos de políticas públicas na redução das emissões de poluentes e de CO2, um dos principais gases que causam o efeito estufa. O programa isolado com a melhor relação entre custo e benefício é a inspeção veicular, que verifica se as emissões dos carros estão dentro dos limites.

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