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12/09/2000 - 13h36

Patinador que atacou fisioterapeuta diz que tem maníaco como ídolo

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MILENA BUOSI
da Folha Online

O patinador Jan Dario Oliveira, 33, que atacou uma fisioterapeuta de 30 anos ontem na zona sul de São Paulo, disse à polícia que tem o maníaco do parque, o motoboy Francisco Assis Pereira, como ídolo e que se inspirou nele para cometer o crime, segundo o delegado Olavo Reino Francisco, titular da Delegacia Seccional Sul.

Pereira, que está preso no interior de São Paulo, assumiu a autoria do assassinato de 11 mulheres.

O patinador disse que é amigo do maníaco. A polícia encontrou na casa de Oliveira fotos do patinador com Pereira.

O delegado disse acreditar que Oliveira já tenha atacado outras mulheres. "Vamos esperar as vítimas aparecerem, além de fazermos um levantamento das mulheres que foram atacadas, para reconhecimento."

Para o delegado, no entanto, Oliveira não teve participação nos assassinatos que teriam sido cometidos pelo maníaco. "Ele não ajudou o maníaco a agir", disse o delegado. "Ele se inspirou em Pereira e até melhorou seu procedimento."

Oliveira obrigou a fisioterapeuta a fazer poses eróticas e a fotografou. Segundo o delegado, ele tinha intenção de constranger a vítima, pois poderia ameaçar divulgar as fotos. "Tanto que ele escolheu uma vítima casada", apontou Reino Francisco.

A delegada Ana Maria Rossi Pacheco, titular da Delegacia de Defesa da Mulher da zona sul de São Paulo, disse também não acreditar no envolvimento de Oliveira com os assassinatos do maníaco do parque. "Não acredito que eles tenham agido juntos. Foi uma coincidência", disse.

Oliveira marcou um consulta com a fisioterapeuta ontem às 18h15. Ele solicitou o último horário e se apresentou com nome falso, Rafael Almeida.

Logo no início da consulta, Oliveira disse ter um problema na virilha. Em seguida, apontou uma pistola 6,35 mm para a vítima e pediu que ela jogasse tudo que tinha em sua bolsa em uma mesa.

Em seguida, o patinador ordenou que a fisioterapeuta tirasse a roupa e fizesse poses eróticas. Enquanto isto, fotografava com uma câmera Yashica.

O patinador tentou estuprar a fisioterapeuta, mas desistiu quando ela disse que ainda receberia mais um cliente e que não poderia mandar a secretária embora porque iria para casa com a funcionária.

A fisioterapeuta se vestiu e foi obrigada a ir até o carro com o patinador. Ao levar o veículo, um Corolla 99, ele ainda teria ironizado, dizendo que "devolveria o carro na próxima semana".

A polícia chegou ao patinador porque ele disse à fisioterapeuta que conhecia uma amiga da vítima. A fisioterapeuta lembrou que sua sócia, uma dermatologista, namorou um patinador.

A vítima ligou para a sócia, que lhe deu o endereço de Oliveira, repassado à polícia.

Os policiais encontraram Oliveira em uma pensão na Vila Olímpia, região sudoeste. Armado com a pistola, ele tentou fugir pela laje da pensão, mas foi preso.

Além das fotos com maníaco, foram achados no quarto do patinador a câmera Yashica e o revólver usados no crime, uma câmera fotográfica Pentax, um celular, uma agenda eletrônica, uma carteira de couro, cerca de R$ 560 em cheques e R$ 200 em dinheiro, pertencentes à fisioterapeuta. O patinador também roubou um talão de cheques da vítima _ ele obrigou-a a assinar as folhas.

Oliveira foi indiciado por atentado violento ao pudor, constrangimento ilegal e roubo consumado, cujas penas somadas, segundo a polícia, podem chegar a 15 anos de reclusão.

Mural:

Até que ponto a amizade com o motoboy Francisco de Assis Pereira, conhecido como o maníaco do parque, pode ter influído no comportamento do patinador? Clique aqui para incluir sua mensagem.

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