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04/08/2004
-
21h53
EDUARDO DE OLIVEIRA
da Agência Folha
A comissão instituída pelo governo da Paraíba para investigar o acidente com a barragem de Camará expôs nesta quarta-feira as linhas gerais do relatório em que aponta falhas no interior da rocha da fundação como causa do acidente.
Um buraco de 20 m de altura por 15 m de largura foi aberto na estrutura no dia 17 de junho à noite. A inundação decorrente do vazamento provocou a morte de cinco pessoas e deixou milhares de desabrigadas e desalojadas em Alagoa Grande e Mulungu.
De acordo com o geólogo e professor aposentado do Departamento de Engenharia de Minas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Ediberto Monteiro Vasconcelos, que integra a comissão, fraturas no interior do maciço rochoso esquerdo onde a barragem estava apoiada provocaram o deslocamento de uma parte da rocha, abrindo o rombo e deixando o muro suspenso, que mais tarde viria desmoronar.
"Foi um problema de ordem geológica, não-convenientemente tratado. Um estudo bem feito teria revelado que, para aquele tipo de obra, a programação prevista para o tratamento da fundação não estava correta", disse.
Relatório de março de 2001 da Holanda Engenharia Ltda. apontava "riscos de instabilidade" nas fundações e elencava medidas de "tratamento" para fraturas. Naquela época, o muro de concreto não havia sido erguido. A Holanda foi subcontratada pelas empreiteiras CRE Engenharia Ltda. e Andrade Galvão Engenharia Ltda., responsáveis pela obra.
Francisco Jácome Sarmento, ex-secretário da Semarh (Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais) da Paraíba à época da construção, disse que foram executados os "melhores" trabalhos sugeridos no relatório.
Para Sarmento, o acidente se tratou de uma "hecatombe geológica, sem possibilidade de previsibilidade pelos métodos tradicionais". A obra foi construída ao longo do mandato do ex-governador José Maranhão (PMDB), hoje senador, entre outubro de 1998 e junho de 2002.
Outro relatório da Holanda, de julho de 2002, fazia um alerta para o resultado de inspeção feita no maciço rochoso esquerdo. "Existe a possibilidade de que tenha ocorrido uma trinca na região, gerada pela descontinuidade na fundação, a despeito da linha de ação e providências que foram adotadas na época."
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre a barragem Camará
Relatório aponta causa geológica para rompimento de barragem na PB
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da Agência Folha
A comissão instituída pelo governo da Paraíba para investigar o acidente com a barragem de Camará expôs nesta quarta-feira as linhas gerais do relatório em que aponta falhas no interior da rocha da fundação como causa do acidente.
Um buraco de 20 m de altura por 15 m de largura foi aberto na estrutura no dia 17 de junho à noite. A inundação decorrente do vazamento provocou a morte de cinco pessoas e deixou milhares de desabrigadas e desalojadas em Alagoa Grande e Mulungu.
De acordo com o geólogo e professor aposentado do Departamento de Engenharia de Minas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Ediberto Monteiro Vasconcelos, que integra a comissão, fraturas no interior do maciço rochoso esquerdo onde a barragem estava apoiada provocaram o deslocamento de uma parte da rocha, abrindo o rombo e deixando o muro suspenso, que mais tarde viria desmoronar.
"Foi um problema de ordem geológica, não-convenientemente tratado. Um estudo bem feito teria revelado que, para aquele tipo de obra, a programação prevista para o tratamento da fundação não estava correta", disse.
Relatório de março de 2001 da Holanda Engenharia Ltda. apontava "riscos de instabilidade" nas fundações e elencava medidas de "tratamento" para fraturas. Naquela época, o muro de concreto não havia sido erguido. A Holanda foi subcontratada pelas empreiteiras CRE Engenharia Ltda. e Andrade Galvão Engenharia Ltda., responsáveis pela obra.
Francisco Jácome Sarmento, ex-secretário da Semarh (Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais) da Paraíba à época da construção, disse que foram executados os "melhores" trabalhos sugeridos no relatório.
Para Sarmento, o acidente se tratou de uma "hecatombe geológica, sem possibilidade de previsibilidade pelos métodos tradicionais". A obra foi construída ao longo do mandato do ex-governador José Maranhão (PMDB), hoje senador, entre outubro de 1998 e junho de 2002.
Outro relatório da Holanda, de julho de 2002, fazia um alerta para o resultado de inspeção feita no maciço rochoso esquerdo. "Existe a possibilidade de que tenha ocorrido uma trinca na região, gerada pela descontinuidade na fundação, a despeito da linha de ação e providências que foram adotadas na época."
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