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13/09/2000 - 14h06

Policiais de São Paulo vão passar por exames antidoping

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da Folha de S.Paulo

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, afirmou hoje que começará, já na próxima semana, a realizar testes em policias militares para detectar o consumo de drogas.

Ele afirmou também que, entre 15 e 20 dias, começará a realizar testes de integridade, uma espécie de 'pegadinha' para testar a honestidade dos policiais.

Essas medidas são inspiradas na política de prevenção de crimes entre policias da Polícia de Nova York e foram anunciadas hoje, no I Seminário Internacional Sobre Modernidade e Eficácia da Instituição Policial, que começou hoje e acaba amanhã, no Memorial da América Latina, na Barra Funda (centro).

Nenhum policial será obrigado a fazer o exame para detectar o uso de drogas e, segundo Petrelluzzi, o objetivo não é punir, mas tratar o policial que for pego no exame. "O policial vai ser afastado de suas funções para que seja tratado e recuperado", diz. Quem se recusar a fazer o exame poderá ser chamado para dar explicações.

O secretário não disse quantos testes serão feitos até o fim deste ano. "Por enquanto, não estou preocupado com a quantidade", afirma Petrelluzzi. Ele informou que os testes em fios de cabelos de policiais escolhidos aleatoriamente será feito na USP.

O teste para detectar consumo de drogas entre policias é feito em larga escola em Nova York, onde o exame é realizado na admissão de novos policiais, em suspeitos e por sorteio. A principal diferença entre Nova York e São Paulo é que, lá, um resultado positivo resulta, sem apelação, na expulsão do policial. No Brasil, a legislação não permite que isso aconteça.

Segundo Petrelluzzi, tanto o teste de integridade quanto o de drogas são medidas preventivas para evitar a corrupção na polícia. Ele não quis precisar a data em que começará a aplicar os testes de integridade. "Um dos efeitos imediatos do teste de integridade é que o policial vai pensar duas vezes antes de cometer uma infração, pois ele não saberá se aquela situação é um teste da corregedoria ou real. O objetivo principal não é flagrar o policial, mas, sim, evitar que ele seja desonesto", afirmou.

Quatro policias de São Paulo acompanharam, por duas semanas, o trabalho da Corregedoria de Polícia de Nova York na elaboração das "pegadinhas". Lá, os testes são feitos a partir de denúncias ou em áreas onde há suspeita de corrupção na polícia.

As informações foram passadas ontem pelo chefe da Corregedoria de Polícia de Nova York, Charles Campisi, em palestra no seminário da secretaria da Segurança.

"É um trabalho que exige equipamento adequado para a gravação de uma
situação, por exemplo", disse o secretário.

Petrelluzi afirmou também que anunciará, nos próximos dias, um sistema informatizado de análise do crime em São Paulo. Ele não quis, no entanto, dar mais detalhes sobre como funcionará essa ação.

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