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31/08/2004
-
07h00
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
O Ministério da Saúde lançou ontem, em Recife, uma campanha de educação e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids direcionada aos adolescentes homossexuais com idades entre 13 e 19 anos.
A campanha, que custou ao ministério R$ 200 mil, prevê a distribuição, a partir da próxima semana, de 180 mil kits contendo um mini CD de áudio e um preservativo preso a um "torpedo" --bilhete usado pelos jovens como estratégia de aproximação.
O material será entregue às coordenações estaduais de Aids das secretarias da Saúde e depois repassado a ONGs (organizações não-governamentais). As entidades se encarregarão de distribuir os kits aos adolescentes.
O mini CD contém informações gravadas no formato de um programa de rádio, com 19 minutos de duração. A apresentadora da MTV Penélope Nova conduz entrevistas com uma psicóloga, uma professora, a mãe de um homossexual, um rapaz homossexual e dois heterossexuais.
A linguagem e as expressões usadas são populares. O órgão sexual masculino, por exemplo, é chamado de "pinto". Há humor e inserções com curiosidades.
Segundo o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST/Aids do ministério, Raldo Bonifácio, um dos objetivos é "quebrar os preconceitos em relação à sexualidade na adolescência".
"Havia um vácuo nessa faixa", afirmou, referindo-se às campanhas de prevenção contra a Aids desenvolvidas no país. "É preciso reforçar o trabalho educativo no período em que os jovens iniciam a atividade sexual."
De acordo com o Ministério da Saúde, as relações homossexuais e bissexuais são responsáveis por 25% dos casos notificados entre adolescentes de 13 a 19 anos de idade. "A redução anual do número de infectados é menor nessa faixa etária", disse Bonifácio.
Até dezembro de 2003, o ministério havia registrado 6.566 casos de Aids entre adolescentes. Desse total, 4.007 eram do sexo masculino. O número de garotas contaminadas, entretanto, vem crescendo nos últimos anos.
Em 2000, foram notificados no Brasil 208 casos da doença em rapazes e 262 em meninas. No ano seguinte, 173 garotos e 237 garotas contraíram Aids no país. Em 2002, ocorreram 147 novos casos em meninos e 180 em adolescentes do sexo feminino.
Quebra de patente
A campanha voltada para os jovens homossexuais foi lançada no 5º Congresso Brasileiro de Prevenção em DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids. No evento, que termina amanhã, a estratégia brasileira de combate à doença foi elogiada pelo diretor-executivo da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV-Aids), o belga Peter Piot.
Em sua palestra, Piot afirmou que o modelo adotado pelo governo, baseado na distribuição gratuita de medicamentos, "não é perfeito, mas é a melhor resposta" para a doença no mundo.
Disse que a epidemia de Aids está entrando em "uma fase real de globalização", por se alastrar também na Ásia e Europa oriental, e afirmou que vai conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a experiência brasileira e a cooperação internacional.
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da Agência Folha, em Recife
O Ministério da Saúde lançou ontem, em Recife, uma campanha de educação e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids direcionada aos adolescentes homossexuais com idades entre 13 e 19 anos.
A campanha, que custou ao ministério R$ 200 mil, prevê a distribuição, a partir da próxima semana, de 180 mil kits contendo um mini CD de áudio e um preservativo preso a um "torpedo" --bilhete usado pelos jovens como estratégia de aproximação.
O material será entregue às coordenações estaduais de Aids das secretarias da Saúde e depois repassado a ONGs (organizações não-governamentais). As entidades se encarregarão de distribuir os kits aos adolescentes.
O mini CD contém informações gravadas no formato de um programa de rádio, com 19 minutos de duração. A apresentadora da MTV Penélope Nova conduz entrevistas com uma psicóloga, uma professora, a mãe de um homossexual, um rapaz homossexual e dois heterossexuais.
A linguagem e as expressões usadas são populares. O órgão sexual masculino, por exemplo, é chamado de "pinto". Há humor e inserções com curiosidades.
Segundo o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST/Aids do ministério, Raldo Bonifácio, um dos objetivos é "quebrar os preconceitos em relação à sexualidade na adolescência".
"Havia um vácuo nessa faixa", afirmou, referindo-se às campanhas de prevenção contra a Aids desenvolvidas no país. "É preciso reforçar o trabalho educativo no período em que os jovens iniciam a atividade sexual."
De acordo com o Ministério da Saúde, as relações homossexuais e bissexuais são responsáveis por 25% dos casos notificados entre adolescentes de 13 a 19 anos de idade. "A redução anual do número de infectados é menor nessa faixa etária", disse Bonifácio.
Até dezembro de 2003, o ministério havia registrado 6.566 casos de Aids entre adolescentes. Desse total, 4.007 eram do sexo masculino. O número de garotas contaminadas, entretanto, vem crescendo nos últimos anos.
Em 2000, foram notificados no Brasil 208 casos da doença em rapazes e 262 em meninas. No ano seguinte, 173 garotos e 237 garotas contraíram Aids no país. Em 2002, ocorreram 147 novos casos em meninos e 180 em adolescentes do sexo feminino.
Quebra de patente
A campanha voltada para os jovens homossexuais foi lançada no 5º Congresso Brasileiro de Prevenção em DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids. No evento, que termina amanhã, a estratégia brasileira de combate à doença foi elogiada pelo diretor-executivo da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV-Aids), o belga Peter Piot.
Em sua palestra, Piot afirmou que o modelo adotado pelo governo, baseado na distribuição gratuita de medicamentos, "não é perfeito, mas é a melhor resposta" para a doença no mundo.
Disse que a epidemia de Aids está entrando em "uma fase real de globalização", por se alastrar também na Ásia e Europa oriental, e afirmou que vai conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a experiência brasileira e a cooperação internacional.
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