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10/09/2004
-
05h51
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal deflagrará em breve uma operação na qual pretende prender mais de cem pessoas em 15 Estados brasileiros sob a acusação de praticar pedofilia pela internet.
A investida, que demandará o uso de pelo menos 200 policiais, é parte de uma operação, batizada de Global, cujos alvos se distribuem por sete países de língua hispânica e o Brasil --que abriga dois terços dos investigados.
Há seis meses a Polícia Federal vem monitorando os supostos pedófilos. Com a quebra dos sigilos telemáticos, mediante autorização judicial, foi possível chegar aos responsáveis pela geração de imagens para a internet, do que decorreu a localização do endereço físico da maioria deles.
Existem indícios de que, entre os investigados, existam pessoas que não só distribuíam imagens pela internet como também as produziam com o intuito de disseminá-las na rede mundial e ganhar dinheiro com isso. Os filmes que circulam pela rede trazem crianças em cenas de estupro e de sexo com animais.
"Está tudo praticamente pronto. Os alvos foram localizados e estão sendo monitorados", afirma o perito criminal Paulo Quintiliano, chefe do Serviço de Perícias Criminais em Informática da PF, um dos coordenadores da operação no Brasil.
A PF também investiga imagens produzidas por estrangeiros que, em visita ao Brasil, fotografaram meninas que fazem parte da rede de exploração de menores mantida pelo turismo sexual. Segundo a PF, as fotos foram expostas em salas fechadas dos sites de bate-papo e em outros cujo acesso é facultado mediante senha.
A Global é a mais avançada de um conjunto de três operações de repressão à pedofilia nas quais o Brasil atua hoje em cooperação com outros países.
Na operação Peer Less, a PF está dando suporte às autoridades americanas, que investigam 64 alvos. Na Orion, a colaboração se estende às polícias de 16 países.
Conferência internacional
A pedofilia pela internet será um dos principais temas em debate durante a 1ª Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos, que acontece de 13 a 16 de setembro, em Brasília.
Primeiro evento do gênero no mundo, a conferência, segundo o perito criminal Quintiliano, trará subsídios para o Brasil na formatação, em curso no Congresso Nacional, da legislação relacionada a crimes pela internet.
Hoje não há lei específica para esse tipo de prática no Brasil. Para efeito de punição, os delitos praticados são enquadrados no Estatuto da Criança e do Adolescente (no caso de pedofilia, por exemplo), em crimes previstos no Código Penal (como estelionato) e nas normas referentes ao acesso ilegal a dados reservados por sigilo (capturar e-mails de terceiros, por exemplo).
O Brasil, com 171 milhões de habitantes, é o segundo maior país do mundo em número de hackers. Só perde para a China, cuja população está na casa de 1,2 bilhão de pessoas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre pedofilia
PF caçará mais de 100 internautas por pedofilia no país
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal deflagrará em breve uma operação na qual pretende prender mais de cem pessoas em 15 Estados brasileiros sob a acusação de praticar pedofilia pela internet.
A investida, que demandará o uso de pelo menos 200 policiais, é parte de uma operação, batizada de Global, cujos alvos se distribuem por sete países de língua hispânica e o Brasil --que abriga dois terços dos investigados.
Há seis meses a Polícia Federal vem monitorando os supostos pedófilos. Com a quebra dos sigilos telemáticos, mediante autorização judicial, foi possível chegar aos responsáveis pela geração de imagens para a internet, do que decorreu a localização do endereço físico da maioria deles.
Existem indícios de que, entre os investigados, existam pessoas que não só distribuíam imagens pela internet como também as produziam com o intuito de disseminá-las na rede mundial e ganhar dinheiro com isso. Os filmes que circulam pela rede trazem crianças em cenas de estupro e de sexo com animais.
"Está tudo praticamente pronto. Os alvos foram localizados e estão sendo monitorados", afirma o perito criminal Paulo Quintiliano, chefe do Serviço de Perícias Criminais em Informática da PF, um dos coordenadores da operação no Brasil.
A PF também investiga imagens produzidas por estrangeiros que, em visita ao Brasil, fotografaram meninas que fazem parte da rede de exploração de menores mantida pelo turismo sexual. Segundo a PF, as fotos foram expostas em salas fechadas dos sites de bate-papo e em outros cujo acesso é facultado mediante senha.
A Global é a mais avançada de um conjunto de três operações de repressão à pedofilia nas quais o Brasil atua hoje em cooperação com outros países.
Na operação Peer Less, a PF está dando suporte às autoridades americanas, que investigam 64 alvos. Na Orion, a colaboração se estende às polícias de 16 países.
Conferência internacional
A pedofilia pela internet será um dos principais temas em debate durante a 1ª Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos, que acontece de 13 a 16 de setembro, em Brasília.
Primeiro evento do gênero no mundo, a conferência, segundo o perito criminal Quintiliano, trará subsídios para o Brasil na formatação, em curso no Congresso Nacional, da legislação relacionada a crimes pela internet.
Hoje não há lei específica para esse tipo de prática no Brasil. Para efeito de punição, os delitos praticados são enquadrados no Estatuto da Criança e do Adolescente (no caso de pedofilia, por exemplo), em crimes previstos no Código Penal (como estelionato) e nas normas referentes ao acesso ilegal a dados reservados por sigilo (capturar e-mails de terceiros, por exemplo).
O Brasil, com 171 milhões de habitantes, é o segundo maior país do mundo em número de hackers. Só perde para a China, cuja população está na casa de 1,2 bilhão de pessoas.
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