Bahia
dá exemplo de desrespeito à educação
pública
Rodrigo
Zavala
Equipe GD
Quando
se fala que, no Brasil, o fim do poço é apenas
mais uma etapa, a constatação vira motivo de
riso entre os ouvintes. Mas, não há otimismo
que resista à completa falta de comprometimento da
Secretaria Estadual da Educação da Bahia em
sua área de atuação.
De acordo
com denúncias do Sindicato dos Professores Licenciados
da Bahia, comprovadas - reitere-se o comprovadas - pelo governo,
a diretora-administrativa da Secretaria, Ana Maria Valença
Batista Lins, contratou, entre a miscelânea de profissionais
inadequados, um motorista, uma empregada doméstica
e um estudante do ensino fundamental para dar aulas em Salvador.
A diretora
é simplesmente a responsável pela contratação
de professores para substituir os grevistas (cerca de 1.500
educadores) que há 21 dias praticamente paralisaram
as 2.400 escolas estaduais da rede pública. Estes,
vale lembrar, estão há sete dias acampados no
plenário e no saguão da Assembléia Legislativa
do Estado. A categoria reivindica a aprovação
do plano de cargos e salários, que tramita na Assembléia
desde o primeiro semestre.
Agora,
vejam vocês, a infame forma de seleção
desses profissionais: o único documento exigido pela
Secretaria da Educação foi a carteira de identidade.
Uma prova mais do que clara que a estupidez e o desrespeito
à educação chegou ao limite do suportável.
Afinal,
quem em sã consciência e dedicação
ao ensino de qualidade iria contratar uma senhora, que sequer
concluiu a 5ª série, a dar aula de história.
E admitir, ao mesmo tempo, o motorista Isac Barreto, que abandonou
os estudos na 6ª série.
O resultado
desse caldo de desatinos, além de enterrar de vez a
qualidade de ensino público soteropolitano e mostrar
o quanto anda sucateado, rendeu a diretora Ana Maria Lins
uma vaga na fila do seguro-desemprego. O governador da Bahia,
Otto Alencar (PL), a demitiu pós o escândalo.
Tarde demais!
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