Escola
dos EUA que formou ditadores latino-americanos reabre com nome novo e princípios
antigos
Ligia Rechenberg
Equipe GD
Dez anos depois do fim da Guerra Fria, um símbolo da aliança entre
os Estados Unidos e as ditaduras latino-americanas na época continua na
ativa. A Escola das Américas, onde estudaram torturadores famosos, está
de nome novo, mas ainda treina militares da América Latina a combater insurgências
na região.
Segundo reportagem da Folha
de S. Paulo (www.folha.com.br), a escola fechou em janeiro passado por causa de
pressões de grupos de direitos humanos, mas foi reaberta com o nome de
Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança.
Allison Snow, presidente
de uma ONG fundada por vítimas de ex-alunos da Escola, alertou que apesar
de agora aceitar civis como estudantes e ter incluído um curso de direitos
humanos no currículo, a escola ainda é um centro de formação
de ditadores.
Entre os violadores de direitos
humanos que passaram pela Escola estão o ex-ditador panamenho Manuel Noriega,
19 dos 26 militares que massacraram monges jesuítas em El Salvador e 21
soldados e oficiais brasileiros acusados de tortura durante o período ditatorial.
Em entrevista ao jornal,
o coronel Glenn Weider, último diretor da Escola das Américas, disse
que a instituição foi vítima da difamação dos
soviéticos durante a Guerra Fria. E que a reputação da escola
foi afetada pelo fato de que "alguns alunos cometeram alguns abusos"
quando voltaram a seus países. Opositores da escola sustentam que ela formou
500 torturadores.
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