Sentada no meio-fio do Viaduto Santa Ifigênia, uma
menina de uns 6 anos tocava sanfona e, assim que conseguia
arrecadar alguns trocados, entregava o dinheiro para um adulto,
sentado bem mais atrás. Ela voltava ao meio-fio e continuava
tocando e entregando o arrecadado ao adulto.
Foi dessa cena que Sebastião Nicomedes de Oliveira, ex-morador
de rua, tirou inspiração para criar o slogan “Dê mais que
esmola. Dê futuro” para a campanha de erradicação do trabalho
infantil nas ruas da capital. Sugestão prontamente aceita
pelo secretário Floriano Pesaro, da Secretaria Municipal de
Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), em detrimento
ao slogan anterior “Escola sim, esmola não”.
“Quando vi a cena, pensei o que seria daquela menininha na
minha idade. Se ela continuasse à base de esmolas e sendo
explorada por um adulto, chegaria na minha idade ainda na
rua. Não seria nada”, contou Sebastião, de 37 anos, um dos
líderes do Movimento de Luta da População de Rua.
A campanha, que será deflagrada no segundo semestre, objetiva
combater o trabalho de crianças e adolescentes nas ruas da
capital e sensibilizar a população para trocar esmolas por
doações ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad)
ou a entidades não-governamentais que trabalham com esse público
em São Paulo e na região metropolitana.
Campanha “Dê mais que esmola. Dê futuro” para erradicar o
trabalho infantil
Slogans de
campanhas semelhantes em outras regiões do Brasil
AS informações são
da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.
|