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13/04/2007
Carta da semana
Um show de intolerância
”Na verdade não
foi tanto assim. O título deste foi escrito só
para atrair sua atenção a este comentário,
embora, pudesse ter sido mesmo o show de intolerância
referido no título. Quero dissertar sobre o que ocorreu
no último encontro de formação continuada
dos professores de Artes da Rede Municipal de Ensino de João
Pessoa (PB), no qual, por razões várias (há
exemplo do que acontece em outras cidades de outros Estados
do Brasil), tive baixa presença de educadores nos encontros
de formação ocorridos em 2006.
Fizemos um debate sobre a trajetória
de nossas professoras e professores de Artes, entre os quais
incluo os da rede municipal, estadual ou particular de ensino,
um caminho com frustrações, deformações
e sofrimentos. E já que falávamos sobre formações,
não deixei de responsabilizar também a Universidade
por todas as deficiências vigentes, por certos níveis
de comodismo e desinteresse.
Hoje, graças a desabafos como
o meu expressos de todas as formas por décadas, vindos
de todas as partes do Brasil, o ex-curso de Educação
Artística da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) foi revisado e ampliado. Agora oferece melhores conhecimentos
a uma formação de futuros professores de artes
e atuações em nível fundamental e médio
– uma vez que, a nível superior, ainda não
possui mestrado ou doutorado na área.
Apesar da permanência de certas
deficiências remanescentes na UFPB, meu pai teria gostado
das mudanças atualmente propostas ao Curso que ele
ajudou a criar. A partir deste ano, a educação
artística será desenvolvida em cursos que terão
a intenção de melhor formar professores especialistas
nas artes visuais, música e artes cênicas, disponibilizando
ampliada grade curricular àqueles que se interessam
pelo desenvolvimento de conhecimentos, expressões e
relações artísticas
Quanto a nossa última reunião
com as professoras e poucos professores de Artes da Rede Municipal
de Ensino, tive que referendar a trajetória de todas
as instâncias da administração da formação
artística do contingente de candidatos pouco ou nada
familiarizados com os universos das artes, tanto em seus aspectos
quanto práticos, nas vivências em exercícios
de artes plásticas, música, teatro, dança
ou na simples apreciação de obras alheias. E
tudo pode ser entendido se olharmos friamente para o fato
de que no Ensino Fundamental e Médio, há anos,
o ensino de Artes nas escolas vem perdendo espaço para
disciplinas que ‘podem proporcionar melhores futuros’,
estruturadas sob a égide de livros didáticos
e outros equipamentos indispensáveis as suas metodologias
de ensino que, por princípios, em sua ampla utilização,
são instrumentos imprescindíveis ao auxílio
didático-pedagógico de outras quaisquer disciplinas,
além de Artes, cujo intento substancial é auxiliar
o pleno desenvolvimento humano”,
Archidy Picado Filho, coordenador
de Arte e Educação da Secretaria de Educação,
Cultura e Esportes do município de João Pessoa
– João Pessoa (PB)
- archidy@ibest.com.br
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