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O
vestibular de Ciro Gomes está errado
Se eleito,
Ciro Gomes promete acabar com o vestibular, por considerá-lo
instrumento inadequado para o ingresso na faculdade. No lugar,
haveria uma análise das notas dos alunos, o que serviria
para avaliar mais profundamente seu desempenho escolar.
A proposta
do presidenciável foca corretamente: em essência,
o vestibular não mede aprendizado, mas apenas o conhecimento
episódico, destinado exclusivamente a fazer o estudante
entrar na faculdade. E o pior é que acaba moldando
o segundo grau, transformado em espaço de passagem.
Basta ver que o ensino de literatura, tão importante
para a formação de um indivíduo, nada
tem a ver com literatura, mas com o manejo de resumos, que
estão tão distantes da riqueza da obra como
a uva do vinho.
Ciro,
porém, erra na solução: será muito
difícil, no Brasil, fazer a seleção por
notas, já que escolas diferentes têm diferentes
graus de avaliação. E nada impede que uma escola,
visando estimular a aprovação dos alunos nas
escolas, usar critérios flexíveis.
Há
anos, responsáveis pelos vestibulares tentam fazer
com que as provas exijam mais raciocínio e menos "decoreba".
A prova do Enem é basicamente um teste de associação
de informações que mede entendimento.
O melhor
e mais óbvio caminho é fazer com que o vestibular
exija cada vez mais a capacidade do aluno de associar idéias
e informações, para medir, de fato, o aprendizado.
Traduzindo: o papel das escolas não seria empurrar
conteúdo pela garganta do aluno, mas estimular espírito
crítico e criatividade.
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