Queda
na renda do trabalhador inibe crescimento econômico
A constante
queda na renda do trabalhador brasileiro é o principal obstáculo
para um crescimento econômico significativo. Essa é
a avaliação da Confederação Nacional
da Indústria (CNI). No Informe Conjuntural referente ao primeiro
trimestre do ano, a entidade lembra que os gastos das famílias
respondem por 60% do consumo total do país e que, portanto,
a estagnação dos rendimentos poderá limitar
um "retorno mais expressivo da atividade econômica".
Vale lembrar
que o salário mínimo perdeu em torno de 35% de seu
poder aquisitivo durante a década de 90, segundo dados recentes
do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese). Em 1989, os trabalhadores paulistas recebiam em média
R$ 1.020. Dez anos depois, o salário médio caiu para
R$ 828, segundo valores deflacionados pelo ICV (Índice de
Custo de Vida), medido pela entidade
Além
da corrosão da renda individual, o consumo do país
é afetado pela tímida reação do mercado
de trabalho. O emprego industrial não tem acompanhado, até
onde os dados podem informar, a trajetória de retomada de
crescimento do setor. A CNI conclui que, nos primeiros momentos
de recuperação, a necessidade de conseguir mão-de-obra
para atender ao crescimento da produção é suprida,
principalmente, com o aumento das horas trabalhadas.
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- Renda limita crescimento econômico
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Renda limita crescimento
econômico
O encolhimento da renda dos brasileiros é o principal entrave
para um crescimento econômico significativo na avaliação
da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
No Informe Conjuntural referente ao primeiro trimestre do ano, a
entidade lembra que os gastos das famílias respondem por
60% do consumo total do País e que, portanto, a estagnação
dos rendimentos poderá limitar um "retorno mais expressivo
da atividade econômica".
A CNI recorda
que os trabalhadores da indústria ganharam cerca de 0,3%
menos em janeiro deste ano em relação ao salário
obtido em igual mês do ano passado. A queda do rendimento
mensal foi a segunda consecutiva, segundo o último dado da
entidade.
A solução
para o País crescer sem restrições, seria,
como destaca a análise, a injeção de investimentos
privados. "A superação gradual dessas adversidades
e a consolidação de expectativas positivas, com a
efetiva recuperação da atividade produtiva no primeiro
trimestre, deve ensejar as empresas a retomarem seus projetos de
investimentos, em especial os de ampliação de capacidade
e instalação de novas plantas", aposta o informe
da CNI.
Além
da corrosão da renda individual, o consumo do País
é afetado pela tímida reação do mercado
de trabalho. O emprego industrial não tem acompanhado, até
onde os dados podem informar, a trajetória de retomada de
crescimento do setor. A CNI conclui que, nos primeiros momentos
de recuperação, a necessidade de conseguir mão-de-obra
para atender ao crescimento da produção é suprida,
principalmente, com o aumento das horas trabalhadas.
Com base em
números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o estudo mostra que, em janeiro (dado mais recente), o emprego
na indústria recuou 0,9% em relação ao mesmo
período do ano passado. Nos outros setores, entretanto, o
mercado de trabalho dá sinais de melhora. No comércio,
o crescimento da população ocupada alcançou
4,4% em fevereiro na mesma base de comparação. Nos
serviços, a taxa foi de 3,1%. Mas a fraca absorção
de trabalhadores pela indústria fez a média da taxa
de ocupação crescer 1,4%.
Apesar do emprego
e renda estarem em baixa, a economia, para a CNI, está em
rota de retomada de crescimento. Tanto que o fluxo de investimentos
foi mantido, mesmo diante da crise Argentina. O risco do País
diminuiu, assim como a pressão sobre câmbio.
A expansão
trará inconveniências para a balança comercial,
segundo o informativo da CNI. Haverá déficit a partir
do segundo semestre em decorrência do aumento das importações
brasileiras.
Apesar dessa
estimativa, a CNI manteve previsão de superávit em
torno de US$ 4,3 bilhões na balança comercial, em
2002. Os dados da entidade apontam que os próximos meses
do primeiro semestre apresentarão superávits comerciais
ainda maiores do que os verificados nos primeiros três meses
do ano. A razão dessa estimativa decorre do início
dos embarques da soja. Além disso, a recuperação
gradual registrada na economia, durante o primeiro trimestre, poderá
alavancar um pouco o volume de importações no segundo
trimestre deste ano.
O Informe da
CNI apontou, ainda, que nos primeiros meses deste ano foram registradas
quedas nas importações em todas as classes de produtos.
Os combustíveis, os lubrificantes e os bens de consumo duráveis
foram os que mais apresentaram redução nas compras
externas. Alguns fatores apontados pelo estudo foram o desaquecimento
da economia doméstica e o encarecimento dos preços
em reais devido à elevação de taxa de câmbio.
(Gazeta Mercantil)
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