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Dia 22.10.01

 

 

44% dos latino-americanos são pobres

Quatro em cada 10 latino-americanos são pobres. Ou seja, 44% da população. Entre as crianças esse número cresce para 60%. Hoje existem mais de 200 milhões de pobres na América Latina. O aumento da desigualdade duplicou o percentual de pobres na região desde os anos 60. Pior: 20 milhões de menores de 14 anos estão trabalhando e um quinto dos jovens está sem emprego. Um total de 100 milhões de pessoas não têm seguro médico.

Esse indicadores colocam a América Latina em situação de isco permanente. Na América Latina, os 10% mais ricos da população têm 84 vezes mais renda que o décimo mais pobre. A África é o continente mais pobre, mas a América Latina é mais desigual. Existe uma sobreposição de desigualdades. O gap não se resume à renda dos extremos mais rico e mais pobre. Está também nos indicadores de educação, saúde, acesso a crédito, ativos produtivos (como terra e máquinas) e informática, batizado de "analfabetismo cibernético".

O mais triste é que é um continente potencialmente rico, com grande quantidade de matérias-primas estratégicas, como petróleo e gás, energia elétrica barata e grande capacidade de produção agrícola. Apesar do potencial econômico e do ambiente pacífico, a área concentra cifras sociais capazes de "ameaçar os regimes democráticos constituídos nas duas últimas décadas", alerta o economista sociólogo Bernardo Kliksberg, coordenador do Instituto para Desenvolvimento Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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América Latina: risco é da desigualdade

O aumento da desigualdade fez o percentual de pobres duplicar desde os anos 60 na América Latina - a região tem hoje mais de 200 milhões de pobres. Pelo menos, quatro em cada dez habitantes (44%) da região vivem sem condições de suprir suas necessidades básicas - entre as crianças, faixa etária mais atingida, a proporção é de 60%. Vinte milhões de menores de 14 anos estão trabalhando; cem milhões de pessoas não têm seguro médico; um quinto dos jovens está sem emprego.

Indicadores como esses fazem da América Latina uma região sob risco permanente, na análise do economista e sociólogo Bernardo Kliksberg, coordenador do Instituto para Desenvolvimento Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID): "A situação das crianças é um atentado aos direitos humanos. Não é aceitável que a sociedade não dê a elas uma solução melhor".

Autor de três dezenas de livros (a maioria sobre as condições socio-econômicas da região), o argentino Kliksberg estará no Brasil esta semana para falar sobre as desigualdades latino-americanas - quarta-feira, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), faz palestra promovida pela Unesco. Em linha com o pensamento econômico moderno, defende a implantação pelos Estados de políticas sociais agressivas para pôr fim à pobreza na região mais desigual do planeta.

Segundo ele, na América Latina os 10% mais ricos da população têm 84 vezes mais renda que o décimo mais pobre: "A África é mais pobre, mas a AL é mais desigual. Trata-se de um continente potencialmente rico, com grande quantidade de matérias-primas estratégicas, como petróleo e gás, energia elétrica barata e imensa capacidade de produção agrícola".

A despeito do potencial econômico e do ambiente pacífico, a área concentra cifras sociais capazes de ameaçar os regimes democráticos constituídos nas duas últimas décadas. Kliksberg chama a atenção para a sobreposição de desigualdades. O gap não se resume à renda dos extremos mais rico e mais pobre. Estende-se aos indicadores de educação, saúde, acesso a crédito, ativos produtivos (como terra e máquinas) e informática, batizado de "analfabetismo cibernético".

"Esses problemas não são isolados, um reforça o outro. É o que eu chamo de círculo vicioso de exclusão social, causado pela desigualdade. E a luta contra isso se faz através da democracia", receita Kliksberg.

O economista cita meia dúzia de projetos de sucesso na luta contra a desigualdade na América Latina. No Brasil, por exemplo, ele destaca o bolsa-escola - que consiste na concessão de uma renda mensal a famílias cujas crianças freqüentam a escola - e o Centro de Democratização da Informática (CDI), ONG dedicada ao ensino de informática em comunidades carentes.

Na Venezuela, o Ministério da Ciência e Tecnologia está transformando as bibliotecas em centros de educação de Internet. Segundo Kliksberg, em dois anos, um terço da população nacional (equivalente a sete milhões de pessoas) terá algum conhecimento sobre computação. Na Bolívia, México, Argentina e Peru, crescem as experiências de microcrédito com o Grameen Bank - o banco dos pobres, do professor Muhammad Yunus, de Bangladesh. No Uruguai, o governo quer tornar obrigatório o pré-escolar.

"Apesar de tudo, tenho muita esperança. Quando mais as pessoas participarem, mais os governos estarão atentos. A América Latina tem grandes potencialidades, mas precisa democratizar as oportunidades", defende o economista, que vem se dedicando no BID à criação de um programa latino-americano de ética e desenvolvimento. A idéia é determinar os valores éticos que devem nortear as decisões econômicas dos governos.


(O Globo)

 

 
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