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economia
10/10/2003

Alimentos e tarifas puxam o IPCA para 0,78% em setembro

Rio (AE) – A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saltou para 0,78% em setembro, contra 0,34% em agosto, pressionada pelos reajustes de alimentos e de tarifas. A alta foi acima do esperado por analistas econômicos (teto de 0,77%), mas não deverá impedir uma nova queda na taxa básica de juros (Selic).

Para a gerente do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, o "pulo" da taxa é puramente pontual e não significa descontrole da inflação ou alta generalizada de preços. Segundo ela, as pressões sobre os preços em outubro serão menores do que as apuradas em setembro.

O diagnóstico é compartilhado por outros economistas. Luiz Roberto Cunha, membro do conselho do sistema de índices de preços do IBGE e economista da PUC-RJ, avalia que "a inflação não é problema a médio ou longo prazo". O prognóstico é similar ao do economista do Ibmec Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, para quem "a alta do IPCA de setembro é cem por cento sazonal".

O IPCA é o índice de referência para o regime de metas de inflação do governo e já acumula no ano, até setembro, alta de 8,05% e em 12 meses, de 15,14%. Em setembro, a maior pressão sobre a taxa ficou por conta dos preços administrados, que elevaram em 0,78% o grupo dos produtos não-alimentícios, que contribuíram com 0,60 ponto porcentual na inflação do mês.

As altas mais importantes foram registradas no telefone fixo (2,45%), por causa dos reajustes de pulsos de telefonia local e na taxa de água e esgoto (6,3%, devido a aumentos ocorridos no Rio de Janeiro e São Paulo). A gasolina apresentou a segunda alta consecutiva no IPCA em setembro (1,27%), por causa do fim das promoções nos postos e os reajustes no álcool anidro, que tem 25% de participação na composição do produto

A alta nos preços dos produtos alimentícios (0,78%), sob impacto da entressafra, apresentou contribuição de 0,18 ponto porcentual no IPCA. Eulina explicou que os reajustes dos alimentos não foram generalizados, mas ocorreram em produtos com forte peso nas despesas das famílias, como carnes (4,3%), frango (3,79%), café moído (1,61%) e arroz (1,21%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação da camada de menor renda da população, ficou em 0,82% em setembro, ante 0,18% em agosto. O INPC foi mais alto do que o IPCA porque os alimentos têm maior peso para a camada de baixa renda.

Juros

A inflação de setembro não deverá comprometer a trajetória de queda na taxa básica de juros, segundo economistas. Luiz Roberto Cunha espera uma queda de 1,5 a 2 pontos porcentuais na Selic na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom). O prognóstico é similar ao do economista Carlos Thadeu de Freitas, que projeta os mesmos porcentuais de redução.

IGP-DI

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu de 0,62% em agosto para 1,05% em setembro. A alta ocorreu tanto no atacado quanto no varejo e atingiu até o núcleo da inflação ao consumidor, que subiu de 0,45% para 0,67% de um mês para o outro.

As informações são da Gazeta do Povo, de Curitiba-PR.

   
 
 
 
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