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trânsito paulistano
28/01/2005
Serra estuda abrir calçadões para carros

A Prefeitura de São Paulo deve concluir nos próximos 30 dias um estudo sobre a abertura de alguns calçadões do centro da cidade para o trânsito de veículos. Há 27 calçadões nas regiões da Sé e da República. A prefeitura ainda não definiu quantos serão alterados, mas a Folha apurou que o da Barão de Itapetininga, que liga a praça da República ao viaduto do Chá, pode ser um deles.

Segundo o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, há três propostas para os calçadões. Uma prevê a criação de vias de serviço: trechos asfaltados por onde possam trafegar veículos como carros-fortes e caminhões de limpeza. Outro plano é estipular horários específicos para o trânsito de veículos -assim, um trecho poderia ser destinado exclusivamente a pedestres durante o dia, por exemplo, e aberto para os carros à noite. Uma terceira idéia é a transformação total de alguns calçadões em ruas normais.
O estudo irá verificar, entre outros aspectos, o impacto dessas mudanças no trânsito da região.

A medida decorre de um pedido de comerciantes, que se queixam da dificuldade de acesso dos carros ao centro da cidade, afirma Matarazzo. Outro aspecto que tem influenciado a decisão é a segurança, já que os calçadões tendem a ficar ermos quando o comércio não abre. "A enormidade do calçadão da Sé à República matou o comércio, [o público que circula na região] é gente de passagem, que não vai lá para comprar. Temos que dar alternativas para quem quer usar veículos."

Para Roberto Mateus Ordini, superintendente da distrital centro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o movimento de pedestres nos calçadões estimulou a vinda de camelôs.

"O calçadão ajudou a deteriorar a região nos anos 70. Com acesso complicado para carros, prédios ficaram desocupados e o comércio sofisticado acabou", diz.

Com a abertura dessas áreas para veículos, a expectativa dos comerciantes é atrair um consumidor mais abastado. "Sabemos que o centro não vai voltar a ser o que era, mas podemos ter lojas de departamento, empresas grandes, para os turistas e a classe média."

Ordini faz uma distinção, porém, entre o centro velho, onde ficam a igreja da Sé e a Bovespa, e o centro novo, localizado do lado oposto do vale do Anhangabaú.
Segundo ele o comércio do centro velho não foi prejudicado pelos calçadões, que devem permanecer como estão. Além disso, as vias daquele local são muito estreitas para receber veículos.

Já o centro novo foi "violentamente prejudicado", na avaliação de Ordini. Segundo ele, uma das ruas que precisam ser totalmente abertas a veículos é a 24 de Maio, onde funciona a Galeria do Rock. "A 24 de Maio parece uma feira, de tanta barraca. Desse jeito, a classe média acaba fugindo para os shoppings", afirma Ordini.

A associação Viva o Centro também apresentou à prefeitura um projeto em que pede a abertura dos calçadões. Pela proposta, todas essas vias terão uma parte asfaltada. Segundo o presidente da ONG, Marco Antonio Ramos de Almeida, isso pouparia o piso, de pedra portuguesa e granito, e organizaria a passagem de veículos, que, na prática, já ocorre.

"O calçadão é visto como uma área só para pedestres, mas por ele passam carros de polícia, de limpeza. E como não foi previsto nenhum tipo de limitação, eles trafegam por ali como querem", afirma Almeida.


AMARÍLIS LAGE
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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