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Dia 06.03.02

Rua com grife

Com suas lojas de grife de moda masculina e feminina, a rua Oscar Freire é uma das áreas comerciais mais chiques da cidade. Prepara-se, agora, para reduzir a distância entre o requinte estético das lojas, algumas delas referências de projetos arquitetônicos, e a indigência urbana de suas calçadas - disformes, sujas, esburacadas, com árvores em estágio terminal.

Depois de analisar várias propostas, uma comissão de lojistas, presidida por Renato Kherlakian, dono da Zoomp, escolheu Héctor Vigliecca, professor de arquitetura do Mackenzie, para tentar transformar a Oscar Freire num modelo de intervenção comunitária. "Queremos que as pessoas se sintam tão confortáveis nas ruas como se sentem nas lojas", diz Kherlakian.

O projeto prevê a plantação de novas árvores - palmeiras (jeribás) e ipês-rosas -, que substituiriam muitas das que lá estão, algumas em fase terminal. A fiação dos postes iria para debaixo da terra. Sem a fiação aérea e com os jeribás e ipês-rosas, árvores que, mesmo frondosas, não comprometem a visibilidade, as fachadas das lojas seriam valorizadas.

Atualmente, as folhagens, os fios e os postes criam uma espécie de muro e prejudicam a visibilidade das lojas. "O próprio valor do imóvel é afetado pela pobreza estética da rua", afirma Héctor. Espaços como a Oscar Freire sofrem pesada concorrência de shopping-centers, onde se oferecem lazer e segurança. Por causa dessa concorrência, as lojas não abrem aos domingos e vivem o risco constante de desvalorização, que afastaria sua seleta clientela.

Para atrair pedestres, as calçadas seriam alargadas em alguns trechos, que receberiam minipraças, pontos de encontro próximos a cafés e a restaurantes. Os pisos não teriam desenhos, adornos; seriam lisos para não concorrer com as lojas. "Um dos principais problemas de São Paulo é que aqui sempre se deu mais atenção ao carro do que ao pedestre. Deu no que deu", ensina o arquiteto.

No estilo politicamente correto, o projeto prevê rebaixamentos para portadores de deficiência e sinais para orientar os cegos, algo inédito em São Paulo. Kherlakian assegura que os R$ 5 milhões para a reforma já estão garantidos, bancados por empresas. Aposta que, em breve, a Oscar Freire, numa versão civilizada, vá entrar no roteiro cultural da cidade.

A idéia é fazer da rua um cenário para eventos aos domingos, com desfiles de moda a céu aberto, espetáculos de música e degustação de vinhos, quando as lojas aproveitariam a movimentação para faturar -e o paulistano ganharia mais uma opção de lazer.

 

 
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