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14/09/2005 - 20h24

Para indústria, queda dos juros demorou demais e foi "inexpressiva"

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da Folha Online

Os industriais comemoraram o tão esperado corte nos juros básicos (Selic), mas destacaram que a redução veio com atraso e foi "inexpressiva".

O Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, para 19,50% ao ano, dando início ao ciclo de queda dos juros. A decisão já era esperada pelo mercado financeiro, depois de três manutenções seguidas e de um ciclo de nove altas que durou de setembro de 2004 até maio deste ano.

Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, o Copom demorou demais para ceder às evidências da economia e dar início à trajetória de queda da taxa.

"De qualquer maneira, a decisão hoje anunciada é bem-vinda. Antes tarde do que nunca. E poderá contribuir para estimular o nível de atividades, num momento grave, em que os setores produtivos e a sociedade preocupam-se com as incertezas geradas pela crise política", diz Skaf em nota.

Segundo Skaf, apesar da conjuntura complicada, dos juros ainda muito elevados e dos estragos que as altas taxas já têm provocado, os setores produtivos e a sociedade devem se manter mobilizados na busca do crescimento sustentado.

"A luta pela queda da Selic deve continuar, pois a redução foi inexpressiva diante da realidade da economia nacional", acrescenta o presidente da Fiesp.

Ciesp

O diretor do departamento de economia do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Boris Tabacof, também manifestou contentamento com a redução dos juros.

"Finalmente chegou a tão desejada queda da Selic. Com um largo atraso, é verdade, e insuficiente para o que se deseja em termos de expansão econômica. Ao menos representa o início, assim esperamos, de um ciclo de reduções sucessivas da taxa de juros", afirma Tabacof.

CNI

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, considerou tímida e conservadora a decisão do Copom.

Segundo ele, há espaço para uma queda mais significativa. "A queda dos juros era uma decisão que esperávamos, mas ela precisava ser mais efetiva. Foi mais uma vez conservadora", diz Monteiro Neto em comunicado.

Ele alertou que se não houver uma queda significativa dos juros nos próximos meses, o Brasil precisará rever toda sua compreensão da política monetária vigente.

"De um lado, a trajetória dos preços ao consumidor, como o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE], é bastante favorável e as pressões sobre estes índices diminuíram, como atestam as taxas negativas dos índices gerais de preços. De outro, a demanda de consumo também perdeu fôlego e o nível de utilização da capacidade instalada nas indústrias recuou", afirma.

Firjan

A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) aprovou a decisão do Banco Central, mas ressaltou que o corte continuado dos juros depende da rapidez no andamento das reformas estruturais.

"Estas reformas deverão tornar-se prioridade para o Executivo e o Legislativo, sob pena de o país ser fadado a um padrão de crescimento que não se sustenta", informa em nota.

Para a federação, o corte dos juros é a resposta adequada aos resultados da política monetária e evidencia a convergência da inflação para as metas.

Abiesv

Para o presidente da Abiesv (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo), Marcos Andrade, a decisão do Copom em reduzir os juros básicos da economia "é salutar, apesar de tardio".

Andrade defende um ajuste cambial na economia. Segundo ele, a cadeia varejista, principalmente os fornecedores de equipamentos para lojas, estão perdendo espaço no mercado externo com a valorização do real sobre o dólar.

"O governo precisa repensar com urgência outros dois pontos fundamentais para o desenvolvimento sustentado: política cambial e carga tributária. Somente dessa forma será possível estimular o setor varejista a continuar produzindo e empregando de maneira consistente", afirma Andrade.

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