Publicidade
Publicidade
16/10/2005
-
07h00
CLAUDIA TREVISAN
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Xianghe
O ministro da Fazenda , Antonio Palocci, afirmou ontem na China que não foi a falta de recursos que causou o foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. "Todas as solicitações [de verbas] para a área de defesa animal e vegetal foram atendidas prontamente", disse Palocci, respondendo a uma das principais críticas ao governo desde que o problema surgiu, há uma semana.
Palocci reprovou o "debate caloroso" em torno do financiamento do combate à doença antes da conclusão das investigações.
Desde que a contaminação dos animais foi confirmada, vários países suspenderam a importação de carne bovina brasileira --alguns de todo o território nacional e outros apenas da região afetada. Os prejuízos estão estimados entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão.
O surgimento do foco de aftosa estimulou críticas à política de contenção de gastos imposta pelo Ministério da Fazenda, que levou a realização de uma economia maior que a prevista para o pagamento de juros da dívida pública, o chamado superávit primário.
Auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no primeiro semestre apontou que o Ministério da Agricultura gastou apenas R$ 285,8 mil, ou 0,41%, dos R$ 68,8 milhões destinados ao programa de combate à aftosa no Orçamento de 2005.
Palocci insistiu que a Fazenda não tem responsabilidade no caso.
"Desde o fim do ano passado, o ministro Roberto Rodrigues fez um alerta sobre a necessidade de recursos na área de defesa animal e vegetal e nenhuma solicitação do Ministério da Agricultura deixou de ser atendida", declarou Palocci perto de Pequim, onde participa de encontro de ministros de Fazenda e presidentes de bancos centrais do G20, grupo de países desenvolvidos e em desenvolvimento criado em 1999 para discutir a economia mundial.
De acordo com números oficiais, o Ministério da Agricultura tinha um Orçamento de R$ 169 milhões para a defesa sanitária, que foram reduzidos a R$ 37 milhões em razão do contingenciamento de recursos imposto pela Fazenda.
As restrições foram amenizadas, e o valor subiu para R$ 91 milhões, dos quais R$ 41 milhões ainda não haviam sido gastos na semana passada.
MP do Bem
Palocci disse que pretende retomar a negociação com o Congresso em torno da "MP do Bem", que reduz a carga tributária de alguns grupos de contribuintes. A medida provisória foi derrubada na semana passada por decisão do governo, que discordou de emendas da oposição que ampliavam os benefícios tributários do texto.
A Fazenda condicionou a aprovação das mudanças à postergação dos pagamentos de ações relativas à aplicação da URV em 1994. Julgadas em tribunais de pequenas causas, essas ações têm de ser liquidadas em 60 dias. Segundo Palocci, o valor das condenações contra a União passou de R$ 700 milhões em 2003 para R$ 4 bilhões em 2005. A previsão é que chegue a R$ 5,7 bilhões em 2006.
"Vamos voltar a dialogar com o Congresso. Nós permanecemos com a intenção de conceder esses incentivos tributários, mas eles devem ser feitos dentro do equilíbrio do orçamento", observou.
O ministro não deu prazo para a conclusão das negociações, mas disse que, se depender dele, um acordo sai ainda nesta semana.
Leia mais
Lula diz que gripe do frango preocupa mais do que aftosa
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a febre aftosa
Palocci nega falta de recursos contra aftosa
Publicidade
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Xianghe
O ministro da Fazenda , Antonio Palocci, afirmou ontem na China que não foi a falta de recursos que causou o foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. "Todas as solicitações [de verbas] para a área de defesa animal e vegetal foram atendidas prontamente", disse Palocci, respondendo a uma das principais críticas ao governo desde que o problema surgiu, há uma semana.
Palocci reprovou o "debate caloroso" em torno do financiamento do combate à doença antes da conclusão das investigações.
Desde que a contaminação dos animais foi confirmada, vários países suspenderam a importação de carne bovina brasileira --alguns de todo o território nacional e outros apenas da região afetada. Os prejuízos estão estimados entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão.
O surgimento do foco de aftosa estimulou críticas à política de contenção de gastos imposta pelo Ministério da Fazenda, que levou a realização de uma economia maior que a prevista para o pagamento de juros da dívida pública, o chamado superávit primário.
Auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no primeiro semestre apontou que o Ministério da Agricultura gastou apenas R$ 285,8 mil, ou 0,41%, dos R$ 68,8 milhões destinados ao programa de combate à aftosa no Orçamento de 2005.
Palocci insistiu que a Fazenda não tem responsabilidade no caso.
"Desde o fim do ano passado, o ministro Roberto Rodrigues fez um alerta sobre a necessidade de recursos na área de defesa animal e vegetal e nenhuma solicitação do Ministério da Agricultura deixou de ser atendida", declarou Palocci perto de Pequim, onde participa de encontro de ministros de Fazenda e presidentes de bancos centrais do G20, grupo de países desenvolvidos e em desenvolvimento criado em 1999 para discutir a economia mundial.
De acordo com números oficiais, o Ministério da Agricultura tinha um Orçamento de R$ 169 milhões para a defesa sanitária, que foram reduzidos a R$ 37 milhões em razão do contingenciamento de recursos imposto pela Fazenda.
As restrições foram amenizadas, e o valor subiu para R$ 91 milhões, dos quais R$ 41 milhões ainda não haviam sido gastos na semana passada.
MP do Bem
Palocci disse que pretende retomar a negociação com o Congresso em torno da "MP do Bem", que reduz a carga tributária de alguns grupos de contribuintes. A medida provisória foi derrubada na semana passada por decisão do governo, que discordou de emendas da oposição que ampliavam os benefícios tributários do texto.
A Fazenda condicionou a aprovação das mudanças à postergação dos pagamentos de ações relativas à aplicação da URV em 1994. Julgadas em tribunais de pequenas causas, essas ações têm de ser liquidadas em 60 dias. Segundo Palocci, o valor das condenações contra a União passou de R$ 700 milhões em 2003 para R$ 4 bilhões em 2005. A previsão é que chegue a R$ 5,7 bilhões em 2006.
"Vamos voltar a dialogar com o Congresso. Nós permanecemos com a intenção de conceder esses incentivos tributários, mas eles devem ser feitos dentro do equilíbrio do orçamento", observou.
O ministro não deu prazo para a conclusão das negociações, mas disse que, se depender dele, um acordo sai ainda nesta semana.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice